quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Para degustar

Bom... já que estamos na capital gastronômica da América Latina, vou falar de mais alguns restaurantes que conheci nos últimos meses!

O primeiro deles é o La Décima, que fica aqui pertinho, em San Isidro (Av. Emilio Cavenecia, 190). O lugar é lindo. Super descolado, decoração caprichada e um bar super bonito! A culinária é sofisticada e variada, e por isso, talvez, o preço é salgado (para os padrões limenhos, claro... se for comparar com São Paulo o preço tá ótimo!). A relação custo benefício é boa - você paga um pouco mais caro do que está acostumado por aqui, mas está num lugar fora da curva, também!

Os drinks são deliciosos - tem pisco sour e chilcano de vários tipos! Vale a pena provar. Todos os pratos que foram pedidos na mesa estavam ótimos! Como a culinária é mais "moderna" há misturas interessantes de ingredientes. Open your mind! Vale a pena!!

E as sobremesas... além das sobremesas há docinhos que podem ser pedidos "a granel"... trufas variadas inclusive... Portanto, se você fizer como eu - que enfiei o pé na jaca - e não aguentar pedir uma sobremesa, peça umas trufinhas... hummm... delícia!

Eu não tirei fotinhos no dia que fui... da próxima vez eu prometo me lembrar e trago algumas pra cá!

Os outros 2 restaurantes que fomos são do famoso Gastón Acúrio. O primeiro deles foi o Papachos, que é uma hamburgueria aqui em Miraflores (Av. La Paz, 1.045). Aqui em Lima não temos muitas hamburguerias, como é costume em São Paulo, por exemplo. Portanto, achei bem legal quando eles abriram essa aqui! 

O ambiente é super agradável, bonito e o atendimento é bem atencioso. O cardápio é bem variado - você chega a ficar meio perdido com tanta opção - e inclui outros sanduíches (não apenas hambúrgueres). Há também uma boa variedade de entradinhas e acompanhamentos - batatas variadas, onion rings, essas "gordices" que a gente adora! Detalhe para a variedade de molhos e elementos bem peruanos que são usados como ingredientes das "hamburguesas"! É interessante ver a inclusão de ají, salsa huancaína, milho, e outros ingredientes bem peruanos na elaboração dos sanduíches!





Há também milk-shakes variados, e sobremesas apetitosas. No entanto, como vocês podem constatar, olhando as fotinhos acima, o hambúrguer é tão bem servido que, além de difícil de comer (tive de usar garfo e faca!), não deixa espaço para a sobremesa. Dica: se você não tem estômago de leão, e quiser comer um docinho no final, divida seu hambúrguer!

Detalhe importante: abre nas noites de domingo! Raridade aqui em Lima!

O último, mas nem por isso menos apetitoso, é o Los Bachiche. Também aqui em Miraflores, ao lado do Papachos (Av. La Paz, 1.023) - ambos ficam no mesmo prédio do Hotel Hilton.

Bachiche é o termo usado aqui no Peru para identificar o imigrante italiano. Logo, trata-se de um restaurante de comida italiana, com um toque peruano (claro, afinal, o Gastón é embaixador da culinária peruana). Você encontra as influências peruanas no cardápio, mas há também uma grande variedade de pratos tradicionais (não apenas massas, mas carnes e peixes também!). 

Os pratos, além de deliciosos são muito bem servidos e os valores são acessíveis. Inclusive, considerando o custo benefício, melhor do que outros restaurantes italianos que conhecemos por aqui (por exemplo, a Bodega de la Trattoria, que cobra mais ou menos os mesmos preços, mas os pratos são muito mal servidos, se comparados ao Los Bachiche). 




Como em todos os restaurantes do Gastón o ambiente é super agradável - tem até umas mesinhas numa "varanda" - e o serviço é muito atencioso e simpático. Mas, este aqui, ao contrário da hamburgueria, não abre nas noites de domingo... (não sei porque essa prática rola aqui em Lima... os restaurantes simplesmente não funcionam no domingo à noite... já me disseram que é porque aqui o pessoal é muito "família" e a noite de domingo é para ficar em casa! Rs... vai saber, não é?)

Taí... numa cidade em que os amigos vêm com listinha de restaurantes para conhecer, mais 3 que valem a visita! ;)

Beijos!
Tila.

PS: voltando pra dieta em 3, 2,1...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Diário de Viagem - Trujillo

Dia desses eu voltei de São Paulo e descobri que aqui no Peru seria feriado na segunda e terça-feira próximas. Não havíamos planejado nada, era terça-feira, e a gente resolveu dar uma olhada se conseguiríamos passagens aéreas para conhecer alguma das cidades que ainda não havíamos visitado. Na realidade, tem um monte de lugar diferente para conhecer aqui no Peru - praia, montanha, selva, sítio arqueológico, tem de tudo! E considerando que nós estamos mais para ir do que para ficar (em Lima), já começou a me dar faniquito, só de pensar que não vamos ter tempo para conhecer tudo! Rs...

Dessa forma, me pareceu ideal aproveitamos o feriadão para conhecermos algum lugar - ainda que não ficássemos fora os 04 dias. Conseguimos passagens a preços razoáveis para irmos conhecer Trujillo - viajando no sábado de manhã cedinho e voltando na segunda à tarde - e lá fomos nós!

Trujillo fica ao norte de Lima, e é conhecida por ter sítios arqueológicos interessantes - não sei se já comentei aqui, mas no Peru há 11 lugares que são considerados patrimônio cultural da humanidade, de acordo com a Unesco. São lugares como os Centros Históricos de Lima e de Arequipa, a Cidade de Cusco  e (claro!) Machu Picchu, além de outros, espalhados pelo País. Dentre eles um sítio arqueológico situado em Trujillo (Chan Chan). Por isso escolhemos ir para lá - além disso, poderíamos conhecer os arredores, com um carro alugado, o que nos daria certa liberdade, além de podermos passear e conhecer tudo sem termos nos programado com tanta antecedência.

Escolhi um hotel pela internet, mesmo. Ficamos no Hotel Los Conquistadores - simples, mas honesto, e pertinho da Plaza de Armas (ou seja, central). A dica: peça um quarto com janela para os fundos e/ou para um dos terraços internos. Melhor você escutar os ruídos do próprio hotel (restaurante, por exemplo), do que a barulheira que o trânsito e os baladeiros fazem nas redondezas. Aliás, esse é um problema que também tivemos em Cusco. Hotel bem centralizado é ótimo porque a gente se localiza e se locomove tranquilamente, mas a noite pode ser um tormento, dependendo do que rola embaixo da sua janela!

Pegamos o carro assim que chegamos, e saímos para conhecer as Huacas del Sol y de la Luna (que são bem próximas do centro da cidade). O tempo estava frio - o que, segundo todo mundo, era bastante esquisito... a cidade é conhecida como "Cidade da Primavera Eterna", mas o tempo era de inverno total! Aliás, ficamos o tempo todo encolhidos, pois o vento estava inclemente! 

Primeiro fizemos o passeio no Museu das Huacas. Bem organizado, embora com uma coleção não muito vasta. De toda forma, vale a pena conhecer para entender um pouco mais do que foram as Huacas - para quem não sabe as Huacas eram locais sagrados para os antepassados. Nelas eram realizados vários tipos de rituais, oferendas, festas, etc. As Huacas em questão foram o centro da cultura Moche (típica da região, que viveu até os anos 800, aproximadamente), e se localizavam uma em frente a outra - no espaço entre elas formou-se a cidade em que vivia o povo. 




A Huaca del Sol (na minha frente, acima) era o centro administrativo da região, enquanto a Huaca de la Luna (do meu lado direito - meio escondida...) era o centro religioso, onde se faziam as oferendas. Diferentemente dos povos que viviam nas montanhas, que adoravam mais o Sol, aqueles que viviam mais perto do mar (como em Trujillo e Lima), curtiam mais a Lua. Afinal, perto do mar ela aparece tanto de noite, quanto de dia, daí a crença de que era mais poderosa que o Sol. ;)

A Huaca del Sol não pode ser visitada (ainda está sendo escavada), mas podemos visitar a Huaca de la Luna, surpreendentemente bem conservada.






Depois que fomos à Huaca demos uma voltinha na praia - mais especificamente na Praia de Huanchaco, também bem pertinho da cidade. Não tínhamos muito que ver - nem tava com cara de que teríamos pôr do sol - mas deu para ver os "Cabalitos de Totora", que são uns barquinho usados desde a época dos Moches para pesca no mar. 




À noite nós fomos jantar num restaurante chamado Chelsea (fica na Calle Colon). Inspirado num pub inglês - mas só inspirado, mesmo... rs... A comida era deliciosa e o chilcano também! Vale a visita! ;)

No dia seguinte seguimos para outro complexo arqueológico, chamado El Brujo. Também faz parte do passeio a visita a um museu - esse com mais material, inclusive uma múmia encontrada na região (a Dama del Cao). O sítio arqueológico em questão não é tão grande ou preservado como as outras Huacas, mas... você já tá ali, né? Faz a visita. No caminho passamos por uma cidadezinha micro, mas bonitinha - Madaglena del Cao (o nome da tal da múmia que está no museu). 





Depois seguimos para Chan Chan, que é o maior sítio arqueológico da região (patrimônio da humanidade), também da época da cultura Moche. Muito bem conservado, e muito grande, o complexo é bem interessante. Vale a pena a visita. Em sua maioria de função administrativa, as construções também incluem praças que serviam para realização de cerimônias.






No fim da tarde voltamos para a cidade, almoçamos num restaurante tradicional (El Mochica - gostoso, ainda que nada excepcional, no Jr. Bolivar, a duas quadras da praça central), e fomos dar uma volta pela Plaza de Armas. Domingo, centro da cidade, todo mundo na praça. Coisa de cidade de interior, mesmo - embora Trujillo seja a segunda maior cidade do Peru (em verdade, há controvérsias... Trujillo e Arequipa concorrem pelo posto, ainda que ambas tenham cerca de 1 milhão de habitantes).





Vale a pena a visita? Sim, vale. Claro que você não virá ao Peru para conhecer Trujillo apenas - a não ser que você se interesse pela arqueologia, pelos patrimônios da humanidade, etc... Mas, de toda forma, se você mora por aqui, ou se vem com bastante tempo para conhecer (e já tiver ido a Cusco, Machu Picchu, Arequipa, Lago Titicaca, Nazca - se for sua praia), vá. Fica próximo da Lima, não é caro, e os sítios arqueológicos são bem conservados e interessantes.

Beijos!
Tila.