quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ho Ho Ho!




Mais um ano acabando! Esse negócio de ter 30 e poucos tá ficando complicado... e meio repetitivo... porque cada dia passa mais rápido! Cada ano que passa voando, e a gente não anota nem a placa! Aí, no fim de cada ano voador o comentário tem sido sempre: nossa, mas já acabou?!

Há um ano eu estava literalmente me preparando para uma grande mudança! Indo morar em outro País - um daqueles, muitos, para o qual eu jamais pensara que me mudaria (embora o globo seja bem grande e existam vários países para os quais eu jamais tenha pensado em ir, quando vira realidade a história é bem outra!). Mega ansiedade, apesar de já ter feito um estágio delicioso em Brasília, mas certa de que a experiência seria ótima! O destino não era o escolhido, e mais uma vez tudo mudava novamente, em direção oposta à tudo aquilo para o quê a gente estava se preparando há algum tempo... Mas, ok! A vida é feita de mudanças, e se é pra mudar tudo, então, façamos as malas e mudemos tudo de uma vez! (até de cabelo curtinho eu fiquei!)

Comecei 2011 acampada em um quarto de hotel, rodeada por pessoas que não falavam minha língua (ok, vá lá... espanhol não é tão difícil, mas não é minha língua! E eu juuuuro que faz diferença...). E além disso ainda tinha de correr atrás de documentos, conta de banco, escolha de operadora de celular, pacotes de internet e TV a cabo... e encontrar um apartamento (ai... o dilema da praia x parque...). Tudo isso enquanto esperava as várias caixas (141 pra ser mais exata), que continham quase minha vida inteirinha, empacotada!

Depois da correria inicial, com a casa (finalmente) montada – até os quadros nós penduramos, em tempo recorde! -, e a vida entrando nos eixos, comecei a compreender melhor o espanhol falado na velocidade da luz (cara, como é difícil!), aprendi a dirigir num trânsito maluco, e tentei achar meu lugar naquele (novo) mundo. Trabalhei, fui fazer um curso de fotografia, comecei meu blog (até que enfim!), descobri as coisas bacanas de morar num lugar diferente, fiz novos amigos, morri de saudade dos velhos, e passei muito tempo na ponte aérea, me equilibrando entre a saudade de tudo que eu deixo no Brasil, e saudade que eu tenho de tudo que eu deixo em casa, quando estou no Brasil.

Passei por novas experiências, novos aprendizados, tantas novidades, muitas coisas boas, outras não tão boas, tantos planos que não estavam nos meus planos...

Mas a verdade é que, embora a gente não consiga compreender o por quê de muitas coisas acontecem, aí elas estão. E se não controlamos o que acontece, podemos escolher como é que vamos encarar cada acontecimento novo na nossa vida. Quer dizer, a gente pode dificultar mais ainda as coisas, se entregar à tristeza pelo que não saiu exatamente como esperávamos... ou transformar aquela pedra que apareceu no nosso caminho em algo que nos dê mais força para seguir em frente e continuar buscando o que nos faz feliz!

Sendo assim, mesmo que no último ano eu não tenha conseguido compreender porque é que um monte de coisas aconteceram, eu acho que também não adianta muito ficar tentando descobrir porque elas acontecem, do jeito que acontecem.

Por isso, a verdadeira resolução de 2011 (só acredito nelas depois que acontecem, porque promessa de ano novo é praticamente piada!), foi a seguinte: vou viver a minha vida da melhor forma que eu puder, aproveitando os desvios no caminho para aprender a ser mais forte, persistente e mais paciente. Quem sabe, um dia, eu encontre as respostas que por vezes me intrigam... No meio tempo, eu quero poder sorrir (não só com o sorriso, mas com o coração também)! Ainda que para isso eu tenha de chorar um pouco, e tenha de me esforçar um tanto para continuar seguindo o caminho que me faz ser, simplesmente, feliz.

Desejo pra todos nós um 2012 com mais serenidade, paciência e força – especialmente quando os desvios no caminho parecerem inevitáveis! Para, assim, sermos cada vez mais felizes!

Um ótimo Natal, com muito amor e cercado de pessoas queridas! E um 2012, no mínimo, incrível!
Beijos!
Tila.

“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão...”
Fernando Pessoa

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Here comes the sun

Depois de passar um tempão reclamando aqui que o céu vivia branco, que não tinha sol, que eu estava entrando em depressão por falta de sol e céu azul, acho que o mínimo que eu deveria fazer era escrever um post para comemorar que o sol está voltando!!

E olha que os Fab Four tinham razão... me sinto "dentro" da música deles!! Cada dia que eu acordo aqui e vejo o sol lá fora me dá uma vontade de sair dançando!!

É incrível como tudo muda! A começar, claro, pelo humor da gente!! Aí nós vamos dando adeus aqueles tempos brancos e sem graça... vamos novamente enxergando cor por todos os lados... comemorando a luz do sol e um céu menos branco e mais azul!!

Há duas semanas eu e marido até arriscamos descer até o parque que tem aqui em frente de casa pra tomarmos um solzinho!! Afinal... quem não tem cão caça com gato... e como a praia aqui é inviável, saquei minhas cangas, pegamos nossos livros, uma sacola térmica com uma cervejinha e um chá gelado, e descemos pra tomar sol no parque! Delícia!! Sábado maravilhoso!!

Além disso as pessoas vão pra rua com mais alegria, os fins de semana ficam agitados... tudo lindo!!

E para comemorar que o sol está voltando a dar o ar da graça, tirei umas fotinhos das nuvens de Lima! As nuvens bonitas! Aquelas que vêm acompanhando o sol!! (não aquelas que só o escondem!! Risos...)







E também umas fotinhos da nossa mini farofa, no parque!





Beijos!!
Tila.

PS: ninguém curtiu o post anterior dos Days of thunder? Achei que ia dar o maior Ibope! Rs...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Days of Thunder

Acho que ainda não comentei isso aqui, mas a senhora que trabalha aqui em casa - minha assistente para assuntos domésticos - adoooora falar. Veja bem, ela gosta mesmo é de falar. Não precisa necessariamente ser uma conversa, um diálogo, ou algo do gênero. A nêga gosta mesmo é de discorrer sobre todo e qualquer assunto. 

Para dar uma ideia melhor do "quadro": quando ela começou a trabalhar aqui - ela e sua impressionante verborragia - eu me sentia meio mal... porque mais da metade das coisas que ela falava, por mais esforço que eu fizesse (e juro que eu fazia!), não conseguia acompanhar!! 

Afinal, eu estudei uns meses de espanhol (alguns anos antes de vir pra cá), conseguia me virar, mas não estava apta a compreender um discurso em velocidade de metralhadora. (Sabe? Aquela pessoa que começa a falar e não para mais... nunca mais! Pois é... ela é assim...) 

E quando eu cheguei aqui eu não tinha ainda o ouvido preparado... não entendia nada quando o povo falava correndo (ainda hoje não entendo 100%... ou eu "capto" o espírito da coisa, ou - se acho que é importante compreender tudo - peço gentilmente para falar mais devagar, pois afinal, aqui eu sou gringa e não entendo! Simples assim.).

Por isso me sentia meio mal porque eu não entendia metade do que ela dizia... E ela chegava falando, falando, falando...  me interrompia umas 48 vezes durante o dia pra perguntar alguma coisa (totalmente desnecessária, cerca de 97% das vezes), ou pra fazer algum comentário sobre qualquer assunto que fosse de interesse (dela)... Acho que ela devia pensar que, já que eu estava em casa, não estava trabalhando... claro! Que home office que nada... conceito meio novo... nem todo mundo entende...

Mas, enfim... depois que dividi toda essa minha angústia com meu irmão ele me deu um sábio conselho: "Aproveita pra treinar seu ouvido com ela, já que cerca de 80% do que ela falar não deve ser realmente relevante para o desenrolar do seu dia... você pode se dar ao luxo de não entender, e continuar "conversando", e treinando seu ouvido...".

Mudou minha vida. Sério. 

Ainda me irrito um pouco, especialmente quando estou concentrada fazendo alguma coisa e ela me interrompe pra perguntar qualquer coisa muito nada a ver... mas já não me desespero quando não entendo...

Bom, aí, na semana passada ela chegou aqui em casa me perguntando: "Sra. Hercília, a Sra. viu o schblébous ontem? Tem disso lá no Brasil??"

E eu: "Vi o quê Ivonne??"

- "O schblébous." (eu continuava sem entender)

- "Ivonne, não sei o que é schblébous..."

-"Aquilo que dá lá no céu, que fica estourando!"

- "Ah.... fogos... sei... tem no Brasil, sim! Mas é mais comum em festas juninas e no Ano Novo..."

-" Não Sra. Hercília, não são fogos, são schblébous!"

- "Ãn... então sei não Ivonne."

Passou. Fiz o almoço, o Fred chegou, nós almoçamos e sentamos no sofá pra ler o jornal. Daí o Fred me vira e manda: "Nossa, você viu o lance do TROVÃO de ontem?"

E eu: "Sério, meu... QUE lance do trovão?"

-" Ontem à tarde caiu um trovão aqui, você não lembra de ter escutado?"

-"Ah sim... ok... verdade, deu um trovão ontem à tarde. Mas e daí?"

- "E daí que o trovão tá em todos os jornais!"

Fato. O Fred traz três jornais pra ler em casa, e todos os três tinham notas (quando não reportagens) sobre o tal do trovão. 

E porque isso? Simplesmente porque o último trovão que rolou aqui em Lima - antes do que rolou semana passada - tinha sido em 1997. Isso: 1997! Há mais de 14 anos!

Moral da história: eu moro numa cidade em que trovão é notícia de jornal (jornais)! E motivo de espanto, e conversa, pra todo mundo!

Ah... e schblébous é trovão, em espanhol!

Beijos,
Tila.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Astrid & Gastón

Nunca tinha ido ao Astrid & Gastón - nem aqui no Peru (que é a matriz da casa), nem em qualquer outra parte do mundo. Já conhecia alguns dos restaurantes do Gastón (o Tanta e o Panchita aqui em Lima, o La Mar de São Paulo e o Chicha, em Arequipa), mas faltava conhecer o mais famoso deles!

Nós já tínhamos tentado jantar lá uma vez, quando um casal de amigos veio nos visitar, mas - ingênuos que somos - tentamos reservar na véspera, e a atendente disse que podíamos "tentar aparecer" depois das 22:30hs... porém, ainda assim não conseguimos um lugarzinho pra nós.

Numa outra ocasião um casal de amigos veio nos visitar (com a reserva já feita - bem mais espertos que a gente!), mas eu e Fred não pudemos comparecer porque tínhamos algum evento da embaixada, na mesma data.

Finalmente, nessa semana, fizemos nosso debut!

O restaurante fica numa casa antiga, aqui em Miraflores. Antiga mesmo. Paredes super grossas, piso (provavelmente original) de ardósias decoradas (super bonito!) e tábuas de madeira, também daquelas antigas, que faz barulho quando a gente pisa.

O bar é grande e agradável - até porque, muita gente deve ficar por ali esperando mesa! Além da casa original (que comporta o bar, o salão principal e a cozinha) eles expandiram seus salões para a casa ao lado, não tão charmosa, mas que é onde montaram a adega. As paredes são todas cobertas por garrafas de vinho, e aproveitaram para colocar por ali algumas mesas. Foi aí que ficamos. O ambiente é até mais agradável! Menos movimentado.

O menu não é tão extenso - cerca de 15 ou 20 pratos - mas o principal é o menu degustação, composto de 11 pratos. Preço: S./170,00 (cerca de R$ 102,00).

Pedimos uma sugestão ao maître, especialmente para sabermos se o menu seria demais para nós - 11 pratos, afinal, não é pra qualquer um... e não é mesmo! Ele sugeriu que reduzíssemos a quantidade de pratos. Acatamos. Nos serviriam 4 entradas e 2 pratos principais. Achei ótimo, até porque eu não queria abrir mão da sobremesa! :)

Enquanto aguardamos os prato tomamos nossas bebidinhas (todas com pisco, claro)! Eu tomei um coquetel de guanabana (uma fruta daqui bem parecida com graviola) e mandarina (tangerina), que tava uma delícia! Rolou também um pisco com maracujá, limão e manjeiricão (para nossa amiga) e um de pisco com frutas vermelhas e camu camu (outra típica daqui), pro Fred.

O couvert era composto por clássicos: manteiga, azeite de oliva e uma misturinha de azeite e temperos variados (delícia!). O toque diferente (e delicioso) ficou por conta de uma cesta de pães variados, dentre os quais você podia escolher pão de batata, de pimentão, de milho, de milho roxo (maiz morado - um tipo de milho que tem aqui), integral, de cereais, dentre outros... todos quentinhos e deliciosos!! O de batata é fantástico! E o de pimentão, embora eu não tenha provado, era liiiindo! Parecia um briochinho saído do forno!

Então vieram as entradas. Primeiro um prato com 3 tira gostos pequeninos - um amuse bouche, mesmo... só pra dar um gostinho. Uma cestinha recheada com um creme de carangueijo, camarão e um pouquinho de palta (o abacate que eles usam em várias comidas), um canudinho (também da mesma massinha finíssima com a qual fizeram as cestinhas de carangueijo) recheado com um tartar de atum delicioso, e uma causa limenha com carne moída e pimentão (esse eu não provei, porque não curto pimentão de jeito nenhum!).

A segunda entrada, que veio junto com estes tira-gostos, era um trio de ceviches. Clássico. Não poderia mesmo faltar! A respeito do ceviche, uma curiosidade. O ceviche que comi no La Mar (também do Gastón), em São Paulo, era 10 vezes mais picante do que o ceviche que estamos acostumados a comer aqui! Não sei se naquele dia o maître errou a mão na pimenta, mas, fato é, que o ceviche aqui em Lima (inclusive no restaurante do próprio Gastón) é muito menos picante do que o ceviche que comi no Brasil (em restaurante peruano! Do Gastón!).

A terceira entrada era uma causa limenha. A causa limenha  é como se fosse uma bolinha de purê de batata, bem temperadinha, que pode ser feita de diversos tipos de batatas (já que eles têm mais de 400 tipos de batata por aqui!). Além de causas de diferentes tipos de batata, elas vêm sempre com uma cobertura diferente. Essa era coberta com um creminho de camarão e um camarãozão. Até então tudo delicioso!

Vieram então as vieiras gratinadas com parmesão - quarta e última entrada. Assim como minha relação com o pimentão é conturbada, também tenho um problema com "conchas", então dei só uma provadinha... justo.

Sinceramente, a essa altura do campeonato nós já estávamos mega satisfeitos... e ainda faltavam os 2 pratos principais! Sério. Não dá pra encarar um menu de 11 pratos. Inviável! Embora tudo estivesse delicioso, e as porções fossem menores do que normalmente são... é muita comida! E eu já estava com receio de não conseguir chegar até a sobremesa... (mulher é fogo, né?! Rs...)

O primeira prato principal era um atum envolvo em uma crosta de pimenta - leve, não muito picante - que veio no ponto perfeito! Do jeito que eu gosto, pelo menos, ou seja, com o meio um pouco cru. O atum estava delicioso, mas o acompanhamento estava fantástico! Era um purê de batata doce (camote) com laranja e mel. Incrível! E olha que eu nem curto tanto mel! 
O equilíbrio perfeito com a crosta de pimenta do atum... maravilhoso!

Devo confessar que depois do atum nós fraquejamos. Pedimos para cancelar o segundo prato, se fosse possível... mas não era. Entre entradas e os prato houve um pequeno intervalo... mas  assim como as entradas foram servidas todas juntas (exceto pelas conchas, que vieram um pouco depois - justamente pelo fato de serem quentes), quando serviram o atum já estavam terminando de preparar o segundo prato, então, provamos ele também!

O segundo prato era um cabrito cozido no leite. O cozimento deve ter começado umas 12 horas antes de servir o prato, pois ele estava delicioso, literalmente se desmanchando! Muito bom!!

Depois dessa insana farra gastronômica, é claro que a gente não conseguiu pedir sobremesa. Diante de nossas caras de desconsolo (ok... da minha cara de desconsolo!) o garçom nos animou confirmando que com o café viriam uns docinhos! :) 

Dito e feito! Deliciosos! Macarrons (bons, mas já provei melhores), mini alfajores (deliciosos), gelatina de lúcuma (não provei) e trufas de chocolate (deliciosas)!

Jantar delicioso!!

Cabe, ainda, um elogio especial para o serviço que estava impecável! Os garçons, ao perceberem que falávamos português, arranhavam algumas palavras no nosso idioma para nos agradar. Além disso, na hora de servirem os pratos, o garçom que os apresentou o fez em um português quase perfeito! Achei super simpático!

E, confirmando a questão da acessibilidade às boas experiências gastronômicas, que rola aqui no Peru, este jantar (naquele que a crítica considera o melhor restaurante do País), para três pessoas, custou cerca de R$ 250,00... Sério.

Minha humilde avaliação pessoal é de que, embora seja um restaurante delicioso, com ambiente agradável e serviço impecável, não se trata do melhor restaurante de Lima. Talvez porque eu só tenha ido uma vez e ainda não tenha tido tempo de provar outras delícias... ou talvez porque realmente tenha apreciado mais outras delícias, de outros restaurantes... Mas é incontestavelmente um restaurante ótimo, que vale a visita, inclusive porque este já é uma instituição limenha.

E aí? Se animou? 

Beijos,
Tila.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A capital gastronômica da América Latina

Depois de quase um ano morando em Lima, nós finalmente fomos conhecer o Astrid & Gastón! Mas antes de fazer o posto sobre o jantar em si, vou falar um pouquinho da questão da gastronomia aqui no Peru.

Para que não está tão familiarizado com esse mundinho gastronômico (falou a entendida!), o Astrid & Gastón é o primeiro, dos muitos, restaurantes do Gastón Acurio. Ele é um chef peruano que teve a ideia de promover a gastronomia  do País (não só por aqui, mas em todo o mundo). A ideia era organizar a cena gastronômica peruana, profissionalizando e investindo na promoção desse "patrimônio cultural".

Aqui no Peru, como vocês já devem ter percebido pelos meus posts, come-se muito bem! Sério. O arroz que os caras fazem, é sempre uma delícia! E é arroz, meu! Daí pra diante todo o resto é delicioso. Sabe aquele receio que a gente tem, quando está com fome e escolhe um lugar para almoçar, sem saber ao certo se o lugar é bom, sem ter uma recomendação específica? Sem saber se a gente tá entrando numa roubada daquelas? Pois é, aqui esse receio não existe... 

Depois de viver um tempo por aqui posso garantir que ninguém precisa ficar meio apreensico na hora de entrar num restaurante que não conhece, que não foi indicado por um conhecido ou por algum guia. Tá com fome? Gostou da "cara" do lugar? Pode entrar e comer que eu garanto que você vai comer bem.

Aqui difícil é encontrar um lugar em que a comida seja ruim. Pode ser mais ou menos sofisticada, claro. E, é óbvio que se você tem alguma restrição alimentar é melhor se informar sobre qual o tipo de comida que se serve no lugar - afinal, não adianta entrar num japa se você não gosta de peixe cru, pois provavelmente você não vai gostar da refeição (muito embora, seja possível que você encontre algo no cardápio que te apeteça...), assim como, se você não gosta de peixes e frutos do mar, não adianta entrar num restaurante que só serve isso!

Mas, enfim... fato é que eu ainda não comi mal por aqui. Mesmos naquelas cadeias de restaurante populares, em que eu já me arrisquei - especialmente quando chegamos aqui e não conhecíamos nada - me dei bem. Já comi em quilo, e tava tudo certo! Também já almoçamos no meio de uma ilha, no Lago Titicaca (2 horas de viagem de barco), numa casa super simples (de um "local") - pois não tinha restaurante - em que a sopinha e o peixe com arroz estavam deliciosos!

Bom, daí o Gastón teve uma brilhante ideia: já que o povo aqui tem o dom de cozinhar bem, pois por mais simples que seja a comida, ela é saborosa... e considerando que há vários ingredientes diferentes, típicos daqui... bem como existe uma culinária diversificada dependendo da região do País em que você está... por que não promover a gastronomia peruana? Transformá-la em uma atração, num "patrimônio cultural" nacional? E assim foi feito.

Lima, especialmente, é uma cidade que - comparada com o resto do País - não tem tantos atrativos turísticos. O que acontecia era que todo mundo que vinha visitar o Peru - Machu Picchu, especialmente - tinha de passar por Lima, mas só "pingava" aqui para fazer a conexão do vôo e seguir para Cusco. 

Com o desenvolvimento e a propaganda da gastronomia peruana, hoje em dia o povo vem pra cá e fica pelo menos um ou dois dias na cidade, nem que seja apenas para fazer o "turismo gastronômico". 

O calendário turístico de Lima já incorporou até um festival gastronômico anual - o Mistura - que faz um sucesso incrível aqui. São 10 dias de uma feira gastronômica, em que você pode comer muito barato (barato sério... por R$ 5,00 você compra o cupom para doces e/ou meia porção e por R$ 7,00 você compra o cupom de porção inteira), experimentando vários ingredientes diferentes e pratos típicos das mais diversas regiões do País. É muito bacana! Além disso, há palestras de chefs e pessoas envolvidas com a gastronomia, e também convidados internacionais (nesse ano veio o Alex Atala e a Mara Salles daí do Brasil) que vêm falar para os interessados no assunto.

E tudo isso graças a ideia - e o esforço - do Gastón e de todos que aceitaram o desafio, e trabalharam para a profissionalização da gastronomia por aqui - outros chefs de sucesso também colaboraram bastante, como o Rafael Osterling e o Pedro Schiaffino que têm restaurantes muito bons, também!

Para se ter uma ideia do que o Gastón "causou", o cara aqui é como o Silvio Santos: se ele sair candidato à presidência, é barbada. Ele ganha sem a menor sombra de dúvida!

Ele teve uma ideia simples, que exigiu esforço, claro... mas que deu certo. Lima, hoje, é considerada a capital gastronômica da América Latina. 

Daí você pensa: "Ah.... mas São Paulo tem muito mais restaurantes. Essa história aí é pura promoção... propaganda enganosa!".

Claro que é promoção. O cara teve uma super ideia, investiu nisso e deu certo! Mas e daí?! Fato é que, embora São Paulo tenha mais restaurantes (afinal, é uma cidade bem maior do que Lima!), a culinária em Lima é muito mais acessível do que em São Paulo. Será que isso não a torna, de fato, a capital gastronômica da América Latina?! Porque aqui você não precisa deixar as calças para comer num restaurante renomado ou em qualquer outro lugar que tenha uma culinária deliciosa. 

Pelo contrário, com R$ 60,00 um casal come muito bem num ótimo restaurante japonês! Com R$ 120,00 um casal janta no melhor restaurante de massas de Lima (com vinho, tá?)! E ontem no melhor restaurante do País - o Astrid & Gastón (do próprio), jantei com o Fred e uma amiga, por cerca de R$ 250,00. Sério. Deve ser não só o melhor restaurante do País - segundo a crítica gastronômica (eu ainda não tenho condições de avaliar...rs), mas, possivelmente, seguindo esse raciocínio, o mais caro do País. E um jantar, com direito a menu degustação, saiu por cerca de R$ 80,00 por pessoa! É ou não incrível?

Tenho sido muito crítica em relação aos preços de São Paulo, mas eu sinceramente acho um absurdo pagar R$ 70,00 para comer um buffet de saladas e massas, com uma água mineral, só porque o Ráscal é descoladinho. Ou pagar R$ 50,00 para comer um galeto com salada no Galetto's. Isso porque eu não tô falando dos restaurantes caros, badalados, ou "gastronômicos", ok?! Tô falando de restaurante que tem em praça de alimentação de shopping!

Outro dia li uma reportagem de um "restauranteur" dizendo que ele cobra caro porque os ingredientes são ótimos e o serviço é fantástico. Ok. Mas precisa mesmo ser tão caro?! Depois de morar aqui, e ver que é possível fazer uma culinária de extrema qualidade, com serviço também impecável, apresentação perfeita e preços acessíveis, me desculpe, mas aquele Sr.  deve estar de brincadeira!

Enfim, eu realmente acho que aqui é a capital gastronômica da América Latina (o que dificulta imensamente meus planos de emagrecer), afinal, além de deliciosa, feita com cuidado e com o intuito de agradar o comensal, é acessível. Você consegue provar muita coisa diferente e saborosa, sem precisar gastar horrores. Torna-se um programa ótimo! Vale muito a pena conhecer!

Que o digam todos os nossos amigos e familiares que vieram nos visitar nesse ano! :)

Beijos,
Tila.

PS: no próximo post eu falo de como foi nosso jantar de ontem! Prometo!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Craque em fazer malas

Nem todo mundo sabe, mas eu me preparei durante algum tempo para levar essa vida de expatriada que eu vivo hoje! 

Primeiro eu fiz quase um ano de terapia antes de me casar e mudar pra Brasília - que também foi um ótimo estágio, para nos acostumarmos a morar longe da família, da maioria dos amigos, num lugar diferentes, etc...

Durante todo esse tempo de "preparação" para nossa saída do País, me acostumei com a ideia de ir morar no Congo. Todo mundo abria uns olhos deeeesse tamanho quando eu dizia que ia pra lá! Alguns me perguntavam, com um certo receio (vai que eu começava a me lamuriar, né?!) se eu realmente tava tranquila de ir morar lá... 

Na verdade, eu não tinha a menor ideia se ia mesmo parar no Congo! Tudo isso tinha um propósito terapêutico: se eu consegui me acostumar com a ideia de ir morar no Congo, preparada para abdicar de uma série de coisas em prol da aventura de morar no Congo... ótimo!  Isso significa que eu estaria bem com a ideia de ir para qualquer outro lugar! Afinal, o que poderia ser pior do que ir morar no Congo?? (eu já tinha vetado qualquer lugar com guerra civil, então Iraque e Afeganistão não contam, ok?!)

Não dá pra explicar porque eu tive essa ideia mirabolante, mas o fato é que funcionava... em determinado momento até a Arábia Saudita entrou na roda e eu me peguei, corajosamente, aceitando ir pra lá! Veja bem... na Arábia Saudita mulher não sai de casa desacompanhada de um homem! Mulher tem permissão para dirigir! (nesse caso, nem com homem a tiracolo!) E eu topei ir pra lá... ou seja, a terapia funcionou mesmo!!

No fim das contas tudo deu certo e a gente veio parar aqui em Lima - sem qualquer aviso prévio ou preparação psicológica, que também não foram necessários! E estamos super bem aqui! Até continuar trabalhando, à distância eu consegui!! Ou seja, não dava pra ser mais tranquila a acomodação no novo lar!

E além de tudo isso Lima fica tão pertinho do Brasil!!! Isso faz uma diferença na hora de matar a saudade!! Acho que esse talvez seja o melhor dentre todos os benefícios que esse posto nos trouxe! Cinco horas de avião e a gente tá em São Paulo!

Aproveitando essa facilidade, fiz minhas contas e percebi que nesse ano eu passei mais tempo em São Paulo, do que quando eu morava em Brasília! Naquela época eu ia pra São Paulo uma vez por mês, geralmente, mas ficava uns 4 dias (emendava um fim de semana com 2 ou 3 dias de trabalho no escritório). E aqui, sempre que eu vou é pra ficar no mínimo 10 dias! Ou seja, em 2011 eu já acumulei mais horas/SP por ano, do que nos anos em que morei em Brasília! 

Isso significa também outras coisas: atendo melhor o pessoal do escritório (é só gritar por socorro que eu apareço!), aproveito as coisas que tenho saudades do Brasil (consigo até assistir aos filmes da Mostra de Cinema, que tá rolando justamente nessa semana e na próxima!), e especialmente mato saudade de todo mundo que ficou por lá!

Ah... e é claro que isso também significa que eu fiquei expert em fazer malas! Sim, significa!!!

A propósito, ainda nem comecei a minha! Fui!

Beijos!
Tila.

PS: só para deixar registrado, adoro ir pro Brasil (como todos puderam perceber), mas não tenho como negar que meu coração fica apertadinho de saudade do marido!! Faz uma semana que eu já tô com uma dorzinha no peito de deixar ele aqui... 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Praticamente uma "local"

Não sei quantos já tiveram a oportunidade de morar fora do Brasil, mas eu aprendi que a gente demora um bocado até sentir que está, de fato, morando em outro País!

Primeiro tem o lance de conhecer a cidade em que você está morando. E isso vai muito além de saber andar pela cidade! Tem a ver, especialmente, com as coisas que você vai fazer no seu dia a dia: escolher o supermercado que você vai frequentar (depois de conhecer uma penca deles!), qual a melhor padaria perto da sua casa (quando tem padaria, né? porque tem lugar que não conhece o "conceito", e a gente que foi criado com padaria fica meio desesperado!), quais restaurantes valem a pena pro almoço de domingo, onde você vai se exercitar (se for o caso, né? Pois eu procuro e nunca acho nada que me agrade!! Risos... por que será?!)...

Mas essa "dificuldade" a gente já enfrenta quando muda de cidade e não conhece ninguém (ou quase ninguém) no novo lugar - e foi o que rolou quando nós nos mudamos pra Brasília! Já tinha uma amiga morando lá, mas não dá pra ficar perguntando tudo pra pessoa! E, também, os gostos e escolhas são muito pessoais!

Então, a gente tem de sair explorando, mesmo! Se deparando com várias escolhas erradas, até descobrir aquelas que realmente valem a pena! Enfim... coisa de 6 meses para acostumar com o básico (supermercado, restaurante, cinema...), e talvez o resto da vida pra descobrir o resto (afinal, você só vai descobrir um bom - ou mau! - sapateiro, vidraceiro, encanador, etc... quando precisar de um!).

Mas além dessa fase de se acostumar com o local, quando a gente vai morar em outro País é mais esquisito, ainda! Em primeiro lugar porque, quando você chega,  passa um bom tempo achando que está de férias!

É muito esquisito, mas uma amiga que estava morando nos Estados Unidos já tinha me avisado sobre esse "efeito subconsciente", que te coloca, por um tempo, neste estado de total negação!!! Risos... Eu saí do Brasil com malas pesadas, despedidas longas e chorosas, já morrendo de saudade de tudo e de todos, mas quando cheguei aqui me sentia de férias! Uma simples e corriqueira temporada fora de casa, num País novo, que eu estava conhecendo meio que por acaso...

Várias coisas colaboram para essa sensação, claro! Em primeiro lugar: morar num hotel (que foi o meu caso)... ou, numa casa desconhecida, de alguém que te recebe por um tempo até você arrumar seu canto... ou, no canto que alguém vai dividir com você, mas que também não conhecia direito (o canto, não o alguém, claro!). 

De qualquer modo, você não reconhece o local como sendo a sua casa! Afinal, cadê seus móveis?! Seus livros?! Suas fotografias?! Suas bolsas e seus sapatos?! Lógico que você não está em casa... tá de férias! É tudo tão diferente e limitado!! Rs...

Além disso, no meu caso, quando não estava correndo atrás de apartamento, passava o dia no hotel ou passeando e fazendo reconhecimento da área... ou seja, férias, né?! Tudo que você conhece é novidade! Desde os restaurantes que você vai (e no meu caso, era restaurante todos os dias, pois não dava pra cozinhar no hotel!), todos os lugares mais famosos e/ou turísticos da cidade, as ruas, as lojas, as pessoas e os hábitos diferentes...

E tem o lance da língua. Pra mim, até ali, ter de falar outra língua o tempo todo e com todo mundo significava o quê? Férias! 

Aí, aos poucos, as coisas vão entrando nos eixos e você vai passando por diversas situações que vão deixando claro que você não tá de férias... você tá morando em outro País!

Claro que, em primeiro lugar, tem a questão do tempo. O sonho dourado de todo mundo é passar um tempão de férias! Uns 2 ou 3 meses (mínimo!)... Só que depois que você está há um mês "de férias" (ou em estado de "negação"...), começa a cair a ficha de que as coisas não estão mudando... Ou melhor, estão indo em outra direção: você continua ali naquele ambiente, com aquela língua diferente, se acostumando à tudo aquilo que outro dia era novidade, mas agora nem é mais!

Além disso, você tem de tirar documentos, escolher o apartamento, abrir conta no banco... Para o Fred acho que foi isso - ter uma conta no banco - e o fato de comprarmos um carro, que o fizeram realizar que estávamos mesmo morando fora do Brasil. Afinal, se você tem uma conta no banco e um carro na garagem é porque você tá mesmo morando ali!

Além do banco e do carro, sua mudança (finalmente) chega!! E aí você arruma um apartamento pra chamar de seu, abre um monte de caixas e vai matando saudade das suas coisinhas (inclusive daquelas que você já nem se lembrava mais que tinha! Rs....).... e quando vê sua casa foi parar nesse outro País!

Depois começam a chegar os amigos e parentes para te visitar! E você roda por toda a cidade com eles, mostrando tudo de legal que tem pra ver! Dá várias dicas de passeios, bares e restaurantes pra conhecerem! E fica evidente que você tá super habituada à sua nova vida e ao novo domicílio!

Outro lance que faz cair sua ficha é a primeira "volta" ao Brasil. Quando você passa uns 4 dias falando "gracias" pra todo garçom que te atende... Isso é porque você realmente tá morando fora!

Aí tem um dia em que você começa a achar que tá mesmo virando local!! Quando você tá na rua, caminhando até o supermercado para comprar umas coisinhas que faltaram pro almoço, e alguém (que não é um expatriado como você, mas um "local"), te para pra perguntar se você sabe indicar um tal endereço! E o melhor de tudo: você sabe indicar o endereço!!!

Isso aconteceu comigo hoje! Demorou uns 9 meses... Claro que ainda tenho saudades de muita coisa e de muita gente do Brasil! Inclusive de viver por lá! Mas acho que já posso dizer que me acostumei a morar aqui! Aliás, tô me sentido super "local"!!! Risos... 

Beijos,
Tila.

PS: Esse post é em homenagem a uma amiga minha que nessa semana também entrou pro clube das "brasileiras expatriadas por amor"! ;)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bailinho na Praça Kennedy


Nós descobrimos essa pérola da cultura limenha num sábado, assim que chegamos em Lima, e estávamos passeando pelas redondezas.  E nada melhor do que começar pelo centro de Miraflores, ou seja, a Praça Kennedy.

A Praça Kennedy é uma praça super antiga, onde ficam - além da "prefeitura" de Miraflores, vários restaurantes e cafés das décadas de 30, 40, 50... conservados e sempre cheios de gente (leia-se: não são decadentes!). Dentre eles estão o Cafe Haiti e o restaurante/bar La Tiendecita Blanca (que eu conheci primeiro pelos livros do Vargas Llosa e recomendo não só a comida, como os sorvetes! Aquelas taças clássicas, com sabores diferentes e deliciosos!). Na Praça Kennedy também fica a La Lucha, que é a mais clássica das lanchonetes aqui de Lima (aqui eles chamam de "sangucheria"... vai entender!) - no melhor estilo Cervantes, ou Bar do Estadão, sabe? Sanduíche no pão francês, com pernil assado, ou lombinho, ou filet... hummm... água na boca!!! Sem contar os sucos deliciosos que eles fazem por lá! Recomendo!

Ali os estabelecimentos mais antigos convivem, harmoniosamente, com outros tipos, em especial os "fast food" - antigamente, quando as pessoas não tinham tanta pressa os restaurantes e bares eram mais caprichados, né? Na Praça Kennedy isso fica evidente! Mas ali tem pra tudo quanto é gosto (literalmente)! Desde os clássicos limenhos, até os modernos arcos amarelos (já não tão modernos, assim...rs...), passando por KFC, Pizza Hut, Burguer King e até um Starbucks.

Apesar de todo o "agito gastronômico" a Praça Kennedy parece bastante com uma praça de cidade de interior, toda florida, com um montão de banquinhos, gente sentada batendo papo - ou só de papo pro ar! Tem também a típica feirinha de artesanatos (pequena, mas que tá sempre ali), além de muita criança brincando e correndo pra todo lado, e, nos fins de semana, também tem o  tal do "bailinho".

Quando chegamos na Praça Kennedy pela primeira vez, na nossa "expedição exploratória",  vimos um aglomerado de gente no meio da praça... mas era muita gente! Por curiosidade fomos direto ver do que se tratava... ao nos aproximarmos percebemos que dali do burburinho vinha uma música, daquelas músicas pra dançar, sabe? Algo meio Buena Vista Social Club... (sorry, mas meu conhecimento de música hispânica ainda é muito parco... se o Fred estivesse aqui ele ia me salvar! Rs...) 

E não é que no meio da praça tem algo parecido com uma "arena" (pequena, é claro), em que as pessoas - especialmente a galera de mais, ou da melhor, idade - se encontram para dançar?! Sim, pra dançar! 

Tem um equipamento de som, meio improvisado, em que um "DJ" (o cara mais jovem do pedaço) fica colocando umas músicas antigas, pra galera dançar! Coisa de dança de salão, mesmo! É um bailinho a céu aberto, para senhores e senhoras! Na verdade, qualquer um pode chegar e dançar, embora os jovens não se aventurem, muito...

É muito bacana! Eu acho!! Dava até pra fazer um estudo sociológico! Rs...


Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos... se alguém me contasse que na capital do Peru, uma cidade de mais de 8 milhões de pessoas, rola um bailinho a céu aberto, no centro de Miraflores, onde todos os sábados e domingos os senhores e senhoras das redondezas se encontram pra dançar... acho que eu não acreditaria! 

Mas o fato é que os senhores e senhoras se divertem muito! 


Ah... e é bailinho mesmo, viu? Pois a cada música que termina as senhoras se sentam novamente (na "arquibancada" da tal da arena), esperando que os senhores as tirem para dançar a próxima música! É fantástico!! E eu acho super divertido ficar olhando aquele povo dançando e curtindo muito! 

Imagino que esses tiozinhos e tiazinhas combinem de se encontrar por ali, toda semana... que deve ser um acontecimento pra alguns deles, um compromisso semanal, e um lugar pra encontrar os amigos, a turma do bailinho! Algo desse tipo...

E olha que o pessoal vai pra lá na estica, viu?! Uns tiozinhos colocam até terno, as tiazinhas se enfeitam - fazem cabelo e maquiagem! Dá uma olhada!







No fim de semana em que fui com meus pais e meu irmão, minha mãe intimou meu pai a dançar ( é claro!! E tenho certeza que, se ela morasse aqui, ia querer carregá-lo pra lá todo fim de semana! Rs...). Meu pai é bem "pé de valsa"! Dança de tudo! Ou dançava... porque ultimamente ele tem deixado a valsa de lado e preferido colocar os pés pra cima, melhor ainda se for no sofá lá de casa... rs... 


Mas ele foi e os dois curtiram o bailinho!! Vou colocar umas fotinhos deles pra vocês brincarem de "Onde está Wally"...rs





Ainda vou voltar no bailinho pra fazer umas fotos bacanas das pessoas! E pra curtir tardes tipicamente interioranas, aqui no meio de Miraflores! Tomar um café e curtir uma dancinha!! Risos...

Beijos!
Tila.

sábado, 15 de outubro de 2011

A visita da Família Santos

Fiquei devendo aqui as fotinhos da visita dos meus pais e do meu irmão! Todo mundo da família tava cobrando... na verdade, já faz tanto tempo que eles vieram (pra passar meu aniversário, lembra?!), que o povo já deixou até de cobrar!! Risos...

Mas, como promessa é dívida - e como diria minha mãe: "devo não nego, pago quando puder" - finalmente estou fazendo o post pra contar como foi e colocar umas fotinhos!

A visita foi demais! Meu irmão - tadinho - só pôde ficar por 2 dias, aliás, nem isso porque o avião que nunca atrasa atrasou horrores! Daí ele chegou (muito) mais tarde do que o esperado, e achou melhor adiantar o vôo da volta (e não correr o risco de atrasar na chegada a SP e na reunião importante que não podia atrasar!). Mas, enfim... o que importa é que ele veio!! E que a gente passeou bastante, deu muita risada e matou um pouquinho da saudade!!

E o melhor de tudo é que, agora que ele já conhece o caminho, pode voltar outras vezes!! (se o mercado deixar, se o chefe der férias, enfim... dependendo de todas aquelas variáveis que a gente já conhece... mas pelas quais eu fico aqui torcendo, de dedinhos cruzados!)

Os passeios foram os "clássicos", até porque ele não tinha muito tempo. Fomos ao centro de Lima, à Plaza de Armas e ao Convento de São Francisco - que descobrimos ser um passeio muito bacana, embora dê uma tristeza ver que o lugar tá bem maltratado e a galera tem de lutar para conservar as riquezas que estão ali (a começar por uma biblioteca que existe há séculos, e parece muito aquela do filme "O nome da rosa"!). 

No sábado demos um rolé de carro pra ele conhecer as redondezas, comemos em restaurantes deliciosos (com direito a pisco sour, ceviche e tudo o mais!), e ainda deu tempo de comprar umas lembrancinhas!






 O maravilhoso mundo da gastronomia peruana:
Salchipapas (salchichas + batatas), Churros e Empanadas (a R$ 0,60)


Classic


E no domingo, antes do embarque, fomos também ao famoso bar da Família, e aproveitamos para dar um passeio rapidinho por Barranco.






Ah... no sábado ainda deu pra gente levá-los no "bailinho" da Praça Kennedy! Mas essa é história pro próximo post! (porque essa história merece um post só pra ela! Rs...) Também vou fazer um outro post pra contar sobre nossa ida à Paracas!

Adorei a visita! Sei que eles curtiram também! Minha mãe já conhecia, e já tinha gostado daqui... mas meu pai - que é difícil de convencer a viajar e largar o sofá lá de casa, que ele preza bastante - também adorou! Espero que esta seja a primeira de muitas visitas! Porque é tão bom ter eles aqui em casa!!! Ô saudade!!!!

Beijos!
Tila.