sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Ah, o tempo...



Ano terminando, correria total, e eu aqui relendo minhas antigas mensagens de fim de ano... faço isso não só para não repetir o que eu já disse (risos!), mas especialmente para ver como eu me sentia naqueles dias... quais eram minhas conclusões... minhas expectativas e esperanças para o ano novo que vinha chegando...

Li a mensagem do final do ano passado e vi que me sentia cansada, talvez até abatida com a quantidade de pedras que tive de escalar, quebrar, transpassar... Mas com a certeza de que, pelo menos, enfrentaria os problemas com forças que só passei a ter justamente por ter passado por tantos obstáculos. E com a esperança de que 2013 seria melhor. Muito melhor.
E os problemas vieram... e alguns permaneceram, outros se resolveram... E a força veio e em alguns momentos se escondeu, mas de um modo geral acho que tenho conseguido enfrentar (bem) as tormentas que chegam, ficam, passam... E outro dia eu vi uma mensagem (vou colar lá embaixo) que achei que tinha a ver com aquilo que tem sido assunto recorrente para mim: o tempo.

O que tem me preocupado nos últimos anos, por mais paradoxal que possa parecer, é o tempo. 

Paradoxal porque quando me mudei de SP para Brasília percebi que o tempo é o que de mais valioso nos faltava em SP. A correria, a necessidade de marcar tudo - até um simples cineminha - com uma mega antecedência, senão as amigas não têm "agenda", senão você não consegue comprar o ingresso, senão você não pega lugar na fila e não acha vaga no estacionamento (isso porque, é óbvio, você tem de sair de casa/escritório com uma hora de antecedência à hora que você tem de chegar na fila!!! oi?!)...

Portanto, sair de SP e ir morar em uma cidade em que você pode marcar um cineminha com meia hora de antecedência, foi uma bênção. Naquela época tive certeza que uma das coisas mais valiosas que eu estava ganhando com minha mudança era, justamente, o tempo! Tempo para fazer coisas que eu já não conseguia mais fazer morando numa cidade como SP. E, desde então, aconselho todos a mudarem de vida para que o tempo passe a ser não apenas um artigo de luxo... caro... raro... mas algo que, com sua presença, transforme seu dia a dia.

Aí vem o paradoxo: mesmo morando em Lima - que embora seja uma cidade grande, também me permite ter tempo para aproveitar uma série de coisas, que eu não aproveitaria em SP - eu começo a sentir falta do tempo... 

Não estou falando do tempo do dia a dia... Mas do tempo que corre, embora as coisas à minha volta pareçam não sair do lugar... E aquilo que eu venho buscando não chega... E várias vezes no decorrer desse ano eu me senti igualmente, ou cada vez mais, presa no mesmo lugar... e o tempo correndo, escorrendo...

Já tive conversas interessantes sobre a falta de tempo na minha vida, e a tristeza que eu sinto por não poder (e jamais vir a poder) ter tempo suficiente, por exemplo, para ler todos os livros que eu gostaria... Coisa de doida, né?

E é de enlouquecer mesmo, se eu começar a pensar em todos os lugares que gostaria de conhecer, de todos os filmes que eu gostaria de assistir, de tudo que eu gostaria de fazer... e não terei, é óbvio (!), tempo para tudo isso...

Aí as coisas pioram quando a gente quer algo agora... ou, ontem. E o tempo passa... e continua passando... e você simplesmente não consegue. Não anda. 

É possível que você esteja lendo isso aqui e pensando: "nêga mais louca... onde já se viu ter tanta ansiedade por coisas desse tipo!". Mas, também é possível que você esteja entendendo exatamente o que eu estou dizendo... rs... 

Fato é que, de toda essa angústia, consegui enxergar o seguinte: em vez de nos preocuparmos apenas com que queremos, gostaríamos e buscamos, temos de parar um momento para entender o que a busca tem nos ensinado.

No meu caso, me ensina a ser forte. Me ensina que eu não tenho o domínio de tudo na minha vida - e essa, certamente, é a lição mais difícil que eu tenho tido de compreender... 

Mais até do que a paciência que eu preciso ter, desenvolver, adquirir. 

A pior notícia que eu recebo é: "sinto muito, mas não tem nada mais que você possa fazer..." - ainda que essa noticia venha depois da constatação de que eu estou fazendo tudo que posso! 

Impotência. Frustração. O desafio é transformar isso tudo em força... em paciência... em sabedoria. Talvez seja isso que o tempo tenha a nos ensinar. Por isso continuo caminhando. Tentando. Crescendo.

E assim, eu desejo que o Natal seja cheio de harmonia e amor, e que o Ano Novo seja cheio de alegrias! Mas que nesse final de ano tenhamos também um momento de pausa, reflexão. De aprendizado, ao avaliarmos o que passou (e o que passamos) nesse ano... E que 2014 traga novos aprendizados, novos caminhos e, se eu puder abusar dos desejos (e não tem momento melhor que esse!), que seja um ano de conquistas. Para mim e para todos nós!

Beijos e Ho Ho Ho!
Tila.  

PS: a frase!!

"Um dia você entende que o tempo não é inimigo, E que ele é o nosso maior mestre. Que tudo vem na hora que deve vir. Que não adianta espernear nem se esconder da vida. Que a fuga não é a melhor saída. E que no fim das contas a gente sempre acaba agradecendo tudo que passou. Porque o tempo (ah, o tempo!) está sempre ao nosso lado para nos mostrar o que realmente vale a pena."
(Clarissa Corrêa)


PS 2: Não é o máximo?! ;)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Para degustar

Bom... já que estamos na capital gastronômica da América Latina, vou falar de mais alguns restaurantes que conheci nos últimos meses!

O primeiro deles é o La Décima, que fica aqui pertinho, em San Isidro (Av. Emilio Cavenecia, 190). O lugar é lindo. Super descolado, decoração caprichada e um bar super bonito! A culinária é sofisticada e variada, e por isso, talvez, o preço é salgado (para os padrões limenhos, claro... se for comparar com São Paulo o preço tá ótimo!). A relação custo benefício é boa - você paga um pouco mais caro do que está acostumado por aqui, mas está num lugar fora da curva, também!

Os drinks são deliciosos - tem pisco sour e chilcano de vários tipos! Vale a pena provar. Todos os pratos que foram pedidos na mesa estavam ótimos! Como a culinária é mais "moderna" há misturas interessantes de ingredientes. Open your mind! Vale a pena!!

E as sobremesas... além das sobremesas há docinhos que podem ser pedidos "a granel"... trufas variadas inclusive... Portanto, se você fizer como eu - que enfiei o pé na jaca - e não aguentar pedir uma sobremesa, peça umas trufinhas... hummm... delícia!

Eu não tirei fotinhos no dia que fui... da próxima vez eu prometo me lembrar e trago algumas pra cá!

Os outros 2 restaurantes que fomos são do famoso Gastón Acúrio. O primeiro deles foi o Papachos, que é uma hamburgueria aqui em Miraflores (Av. La Paz, 1.045). Aqui em Lima não temos muitas hamburguerias, como é costume em São Paulo, por exemplo. Portanto, achei bem legal quando eles abriram essa aqui! 

O ambiente é super agradável, bonito e o atendimento é bem atencioso. O cardápio é bem variado - você chega a ficar meio perdido com tanta opção - e inclui outros sanduíches (não apenas hambúrgueres). Há também uma boa variedade de entradinhas e acompanhamentos - batatas variadas, onion rings, essas "gordices" que a gente adora! Detalhe para a variedade de molhos e elementos bem peruanos que são usados como ingredientes das "hamburguesas"! É interessante ver a inclusão de ají, salsa huancaína, milho, e outros ingredientes bem peruanos na elaboração dos sanduíches!





Há também milk-shakes variados, e sobremesas apetitosas. No entanto, como vocês podem constatar, olhando as fotinhos acima, o hambúrguer é tão bem servido que, além de difícil de comer (tive de usar garfo e faca!), não deixa espaço para a sobremesa. Dica: se você não tem estômago de leão, e quiser comer um docinho no final, divida seu hambúrguer!

Detalhe importante: abre nas noites de domingo! Raridade aqui em Lima!

O último, mas nem por isso menos apetitoso, é o Los Bachiche. Também aqui em Miraflores, ao lado do Papachos (Av. La Paz, 1.023) - ambos ficam no mesmo prédio do Hotel Hilton.

Bachiche é o termo usado aqui no Peru para identificar o imigrante italiano. Logo, trata-se de um restaurante de comida italiana, com um toque peruano (claro, afinal, o Gastón é embaixador da culinária peruana). Você encontra as influências peruanas no cardápio, mas há também uma grande variedade de pratos tradicionais (não apenas massas, mas carnes e peixes também!). 

Os pratos, além de deliciosos são muito bem servidos e os valores são acessíveis. Inclusive, considerando o custo benefício, melhor do que outros restaurantes italianos que conhecemos por aqui (por exemplo, a Bodega de la Trattoria, que cobra mais ou menos os mesmos preços, mas os pratos são muito mal servidos, se comparados ao Los Bachiche). 




Como em todos os restaurantes do Gastón o ambiente é super agradável - tem até umas mesinhas numa "varanda" - e o serviço é muito atencioso e simpático. Mas, este aqui, ao contrário da hamburgueria, não abre nas noites de domingo... (não sei porque essa prática rola aqui em Lima... os restaurantes simplesmente não funcionam no domingo à noite... já me disseram que é porque aqui o pessoal é muito "família" e a noite de domingo é para ficar em casa! Rs... vai saber, não é?)

Taí... numa cidade em que os amigos vêm com listinha de restaurantes para conhecer, mais 3 que valem a visita! ;)

Beijos!
Tila.

PS: voltando pra dieta em 3, 2,1...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Diário de Viagem - Trujillo

Dia desses eu voltei de São Paulo e descobri que aqui no Peru seria feriado na segunda e terça-feira próximas. Não havíamos planejado nada, era terça-feira, e a gente resolveu dar uma olhada se conseguiríamos passagens aéreas para conhecer alguma das cidades que ainda não havíamos visitado. Na realidade, tem um monte de lugar diferente para conhecer aqui no Peru - praia, montanha, selva, sítio arqueológico, tem de tudo! E considerando que nós estamos mais para ir do que para ficar (em Lima), já começou a me dar faniquito, só de pensar que não vamos ter tempo para conhecer tudo! Rs...

Dessa forma, me pareceu ideal aproveitamos o feriadão para conhecermos algum lugar - ainda que não ficássemos fora os 04 dias. Conseguimos passagens a preços razoáveis para irmos conhecer Trujillo - viajando no sábado de manhã cedinho e voltando na segunda à tarde - e lá fomos nós!

Trujillo fica ao norte de Lima, e é conhecida por ter sítios arqueológicos interessantes - não sei se já comentei aqui, mas no Peru há 11 lugares que são considerados patrimônio cultural da humanidade, de acordo com a Unesco. São lugares como os Centros Históricos de Lima e de Arequipa, a Cidade de Cusco  e (claro!) Machu Picchu, além de outros, espalhados pelo País. Dentre eles um sítio arqueológico situado em Trujillo (Chan Chan). Por isso escolhemos ir para lá - além disso, poderíamos conhecer os arredores, com um carro alugado, o que nos daria certa liberdade, além de podermos passear e conhecer tudo sem termos nos programado com tanta antecedência.

Escolhi um hotel pela internet, mesmo. Ficamos no Hotel Los Conquistadores - simples, mas honesto, e pertinho da Plaza de Armas (ou seja, central). A dica: peça um quarto com janela para os fundos e/ou para um dos terraços internos. Melhor você escutar os ruídos do próprio hotel (restaurante, por exemplo), do que a barulheira que o trânsito e os baladeiros fazem nas redondezas. Aliás, esse é um problema que também tivemos em Cusco. Hotel bem centralizado é ótimo porque a gente se localiza e se locomove tranquilamente, mas a noite pode ser um tormento, dependendo do que rola embaixo da sua janela!

Pegamos o carro assim que chegamos, e saímos para conhecer as Huacas del Sol y de la Luna (que são bem próximas do centro da cidade). O tempo estava frio - o que, segundo todo mundo, era bastante esquisito... a cidade é conhecida como "Cidade da Primavera Eterna", mas o tempo era de inverno total! Aliás, ficamos o tempo todo encolhidos, pois o vento estava inclemente! 

Primeiro fizemos o passeio no Museu das Huacas. Bem organizado, embora com uma coleção não muito vasta. De toda forma, vale a pena conhecer para entender um pouco mais do que foram as Huacas - para quem não sabe as Huacas eram locais sagrados para os antepassados. Nelas eram realizados vários tipos de rituais, oferendas, festas, etc. As Huacas em questão foram o centro da cultura Moche (típica da região, que viveu até os anos 800, aproximadamente), e se localizavam uma em frente a outra - no espaço entre elas formou-se a cidade em que vivia o povo. 




A Huaca del Sol (na minha frente, acima) era o centro administrativo da região, enquanto a Huaca de la Luna (do meu lado direito - meio escondida...) era o centro religioso, onde se faziam as oferendas. Diferentemente dos povos que viviam nas montanhas, que adoravam mais o Sol, aqueles que viviam mais perto do mar (como em Trujillo e Lima), curtiam mais a Lua. Afinal, perto do mar ela aparece tanto de noite, quanto de dia, daí a crença de que era mais poderosa que o Sol. ;)

A Huaca del Sol não pode ser visitada (ainda está sendo escavada), mas podemos visitar a Huaca de la Luna, surpreendentemente bem conservada.






Depois que fomos à Huaca demos uma voltinha na praia - mais especificamente na Praia de Huanchaco, também bem pertinho da cidade. Não tínhamos muito que ver - nem tava com cara de que teríamos pôr do sol - mas deu para ver os "Cabalitos de Totora", que são uns barquinho usados desde a época dos Moches para pesca no mar. 




À noite nós fomos jantar num restaurante chamado Chelsea (fica na Calle Colon). Inspirado num pub inglês - mas só inspirado, mesmo... rs... A comida era deliciosa e o chilcano também! Vale a visita! ;)

No dia seguinte seguimos para outro complexo arqueológico, chamado El Brujo. Também faz parte do passeio a visita a um museu - esse com mais material, inclusive uma múmia encontrada na região (a Dama del Cao). O sítio arqueológico em questão não é tão grande ou preservado como as outras Huacas, mas... você já tá ali, né? Faz a visita. No caminho passamos por uma cidadezinha micro, mas bonitinha - Madaglena del Cao (o nome da tal da múmia que está no museu). 





Depois seguimos para Chan Chan, que é o maior sítio arqueológico da região (patrimônio da humanidade), também da época da cultura Moche. Muito bem conservado, e muito grande, o complexo é bem interessante. Vale a pena a visita. Em sua maioria de função administrativa, as construções também incluem praças que serviam para realização de cerimônias.






No fim da tarde voltamos para a cidade, almoçamos num restaurante tradicional (El Mochica - gostoso, ainda que nada excepcional, no Jr. Bolivar, a duas quadras da praça central), e fomos dar uma volta pela Plaza de Armas. Domingo, centro da cidade, todo mundo na praça. Coisa de cidade de interior, mesmo - embora Trujillo seja a segunda maior cidade do Peru (em verdade, há controvérsias... Trujillo e Arequipa concorrem pelo posto, ainda que ambas tenham cerca de 1 milhão de habitantes).





Vale a pena a visita? Sim, vale. Claro que você não virá ao Peru para conhecer Trujillo apenas - a não ser que você se interesse pela arqueologia, pelos patrimônios da humanidade, etc... Mas, de toda forma, se você mora por aqui, ou se vem com bastante tempo para conhecer (e já tiver ido a Cusco, Machu Picchu, Arequipa, Lago Titicaca, Nazca - se for sua praia), vá. Fica próximo da Lima, não é caro, e os sítios arqueológicos são bem conservados e interessantes.

Beijos!
Tila.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Minhas Listas: Livros - Jan/ Jun 2013




Acabou-se mais um semestre e, como de costume, vou postar a lista dos livros que eu li nesse ano, até agora... Não foram muitos, mas li algumas coisas bem interessantes! 

Vamos lá:
  • Dormindo com o inimigo: a guerra secreta de Coco Chanel - confesso que eu tenho certa dificuldade em ler biografias e livros cheios de detalhes, como é o caso desse daqui. Uma hora começo a me confundir no quem é quem, em determinado ponto começo a achar o livro meio maçante... E esse daqui não foi exceção. Conta a história do envolvimento da Chanel com os nazistas, e como ela usou de sua influência, durante a guerra. Pelo menos serviu para que eu ficasse menos frustrada por não ter condições de comprar um autêntico tailleur da Chanel... risos... posso me consolar com o fato de que não é legal comprar algo de alguém que agiu como ela.
  • O caso Rembrant - esse livro é de um autor chamado Daniel Silva e eu já registrei aqui nas minhas listas os outros livros que li dele. Eu gosto de livros policiais e ele tem uma pegada bem dinâmica, o personagem principal (leia-se, o herói que desvenda os mistérios e ganha todas as lutas) é da Mossad, e junto com sua turma se envolve em intrigas internacionais. É daqueles livros que você devora em um ou dois dias, sabe? Esse eu levei para a praia e não deu outra: devorei! 
  • A última carta de amor - para quem gosta de livro água com açúcar, esse aqui é prato cheio. Livro de mulherzinha, mesmo! Mas eu gostei. Não é bobo demais, sabe? mas é livro água com açúcar, se é que você me entende. 
  • Fall of giants - muito bom! Terminei e corri pra loja do kindle para comprar o segundo volume! No fim das contas eu não comprei porque minha prateleira ainda estava (está) cheia de livros para ler... Além disso, quando eu terminei de ler este ainda estava valendo minha "promessa de ano-novo" de só voltar a comprar livros em maio... (viciada é assim, vive na base da promessa e da crise de abstinência!). A história começa um pouco antes da primeira guerra mundial, aborda a situação na Europa e nos EUA naquele período que antecedeu a guerra, emenda com a guerra em si e com a Revolução Russa. Adoro livro que mistura a história com romance, contando tudo através das experiência de personagens e famílias através dos anos, décadas, séculos... O livro faz parte de uma trilogia (A trilogia do século) que vai chegar no final do século XX. Vale a pena se você curte o gênero!
  • Se você me visse agora - a história de um garoto, seu amigo imaginário e sua tia (com quem o menino vive), que é cética em relação à tudo e qualquer coisa. É meio bobinho... acho que eu não recomendaria.
  • The choice - nunca tinha lido nenhum livro do Nickolas Sparks, embora o cara faça o maior sucesso, venda livro pra caramba, e publique tanto quanto o Chalita! De novo: história de amor, água com açúcar e tal, mas eu curti bastante! Garota conhece garoto, primeiro o detesta, depois se apaixona, e rola uma reviravolta na vida perfeita, que gera a tal da escolha que precisa ser feita. Também devorei em 3 dias... mas, novamente, eu estava na praia, aproveitando o Carnaval em Cartagena... rs... Foi uma ótima escolha pra ocasião!
  • Notting Hell - outro livro de bobeirinha, que eu levei para ler no Carnaval. Comprei há anos, numa promoção da Waterstones em Londres... escolhi pelo título... No fim das contas, é divertidinho, sim! Conta a história de várias mulheres completamente diferentes, que moram em Notting Hill, em casas (mansões?!) que têm aqueles jardins comunitários (mas privados) nos fundos... coisa bem típica de lá. E eu adoro livros que se passam nas cidades que eu tenho vontade de morar! ;)
  • O último trem para Istambul - conta a história da organização, pelo governo turco, da retirada de turcos e judeus da França ocupada, repatriando-os na Turquia. O livro é bom, interessante (é outro que mistura a história com o romance). Gostei!
  • Candide - esse aqui eu baixe há séculos... acho que foi um dos primeiros que eu baixei  no iPad - até porque, era gratuito! Rs... Baixei em francês, e como a linguagem é bem antiga, demorei para tomar coragem e ler. Me inspirei em uma amiga que tinha comentado que havia lido. Sinceramente, fiquei meio p da vida quando cheguei no final e vi que o cara passou por tudo aquilo para terminar com uma "moral da história" tão óbvia! Mas, na realidade, o livro é bem inteligente. Talvez o final é que eu tenha achado meio bobinho.
  •  A mão de Fátima - o primeiro livro do Idelfonso Falcones (A Catedral do Mar) eu li há uns 3 anos e simplesmente amei! Mais um livro que mistura o romance com a história - naquele caso ele cobria todo o período de construção da Catedral do Mar (mais de um século), em Barcelona, e a história se mistura com a própria história da cidade. Nesse aqui ele conta a história da guerra entre mouros (muçulmanos) e cristãos na região da Andaluzia. Embora eu tenha gostado mais do primeiro, esse daqui também é muito bom!  A reconstrução do contexto histórico, e os detalhes das religiões  e dos costumes é bastante bem feita! Vale a pena.
  • Casados com Paris - conta a história do casamento entre Ernest Hemingway e sua primeira esposa. O que eu vou falar é bastante controverso, eu sei - provavelmente vai ter gente achando que eu sou uma herege! - mas a verdade é que eu não vou muito com a cara do Ernest Hemingway... risos... Não sei se porque todas as histórias pessoais dele são de violência - porque ele gostava de violência - ou porque eu li os livros dele e não achei sensacionais (como deveria?). Fato é que, nesse aqui, a personalidade machista e violenta dele são evidentes. O livro não é ruim, mas eu não simpatizei com o personagem... rs... Logo, não curti muito, não.
  • A guardião do farol - esse livro é curioso. Tem uma poesia nele... eu gostei muito de ler! Adoro livro em que a história é contada por crianças. A visão é totalmente diferente do que estamos habituados, é tão mais bonito! A história é de uma menininha criada por um personagem solitário. O encontro dos dois praticamente os "salva", de algum modo. Vale a leitura, pois nos faz lembrar de coisas que, talvez, estejam um pouco esquecidas no nosso dia a dia. Muito bacana!
  • O pacifista - o John Boyne é um dos autores que eu estou mais curtindo no momento! Já tinha lido outros 3 livros dele e quando vi esse aqui, comprei de presente para a minha mãe! Risos... eu não podia comprar pra mim (lembra da promessa?), mas podia comprar para dar de presente! Bom, eu gostei muito! A história é de um rapaz homossexual, convocado para o exército, que se apaixona por um colega. O final é tão triste quanto surpreendente, e a história é super bem contada (como eu disse, já sou fã do autor).
  • A doce vida na Úmbria - acho que eu já li todos os livros da autora (Marlena de Blasi), basicamente porque eu adoro livros que contam a maravilha que é viver em cidades lindas e pitorescas no meio da Europa... risos! Nesse daqui ela conta a chegada dela em uma cidadezinha na Úmbria, depois de morar um tempo em Veneza, e outro tempo na Toscana... Vida chata, né? E eu só na inveja nude da moça... Mas o pior de tudo foi ler sobre todas as refeições deliciosas estando numa rígida dieta sem carboidratos! Vamos combinar que ela, na Itália, só comia carboidratos!! E eu daqui, morrendo de vontade de tudo!! Rs... Mas, mesmo assim, adorei! :)
  • O grande Gatsby - vou cometer mais uma heresia... Essa foi a segunda tentativa de ler esse livro... Na primeira eu tava achando tão chato que desisti antes de chegar ao final. Dessa vez - como eu queria ler o livro antes de ver o filme - fui até o fim. Acho que eu já comentei aqui que tinha uma certa restrição contra autores americanos - só nesse post eu já apresentei minhas ressalvas contra o Hemingway e agora, estou a ponto de criticar o Scott Fitzgerald! Pois é. Embora um monte de gente venere o livro, e ele seja considerado clássico da literatura americana... eu o acho meio "truncado" (nossa... que definição ótima para um clássico, hein?!). Não sei... minha leitura não fluía... não era algo que eu estava lendo com prazer... além disso, em determinados pontos da história, você já sabe como as coisas vão se desenrolar... Enfim, na minha humilde opinião, não curti muito... (fiquei menos pior quando li um post, essa semana, de uma outra blogueira que eu acompanho, dizendo que também tentou lê-lo por duas vezes e não conseguiu... rs). Mas, pode ser que eu não tenha observado as coisas que todo mundo observa para considerá-lo um clássico... (ou não tenha apreciado o que de mais relevante há no livro, segundo uma galera, que seriam as coisas não ditas... eu, particularmente, achei que tem muito mais coisa não dita do que devia! Rs...). Não sei. Como de costume, acho que preciso ler mais alguma coisa do autor para decidir se eu gosto ou não dele...rs.
  • Maria Antonieta - mais uma biografia (embora o da Chanel não seja propriamente uma biografia, mas esse aqui é). Essa inspirou o filme (que eu adoooro!!) da Sofia Coppola, sobre a rainha que foi amada e odiada pelo povo francês. Por isso eu me inspirei a ler. De novo: uma hora me perco nos montes e montes de personagens - e, vamos combinar, que na corte francesa naquela época vivia gente demais!! No geral, eu curti, pois tem várias historietas e curiosidades daquela época, do que aconteceu, além do contexto histórico que eu curto. Mas, determinados trechos eu lia sem muito interesse (devo confessar)... Eu e os meus problemas com as biografias!
  • The Easter Parade - assim como o John Boyne se tornou um dos meus autores queridinhos, Richard Yates já está nessa lista faz alguns anos! Eu simplesmente adoro o retrato que ele faz da sociedade americana - em especial das décadas de 50 a 70. E a construção dos personagens (especialmente os femininos) é simplesmente deliciosa. Esse livro conta a história de duas irmãs, de pais separados, sendo o pai um tanto quanto ausente e uma mãe um tanto doida. Uma delas segue o modelo certinha, a outra  (a personagem principal) leva uma vida menos "comercial de margarina". O que não significa que qualquer das duas seja muito feliz. Adorei!
  • Melhores crônicas: Ignácio Loyola de Brandão -  Continuo lendo muito pouco os brasileiros... por isso escolhi esse aqui, que é um cronista que eu já curto ler. O livro é muito bom, organiza as crônicas por temas, e são vários temas, várias crônicas! Eu acho crônica é bacana de ler porque você consegue ler várias histórias de uma só vez... Além disso, é bem leve e você não se cansa (tem livro que às vezes dá uma canseeeeira...). Achei bem bacana!
  • A vida íntima de Pippa Lee - comprei esse livro há muito tempo, um pouco antes de sair o filme (por coincidência). Daí não assisti o filme porque, na minha nóia eterna, queria ler o livro antes do filme (demorei tanto que agora só se baixar em algum lugar, né?!Rs...). Gostei bastante. Conta a história dessa mulher, a ponto de começar a caminhada pela terceira idade (existe isso?!), que junto com o marido (bem mais velho), resolve ir morar numa daquelas "comunidades" para idosos, na Flórida. Aí ela começa a relembrar e reavaliar a vida dela. Eu gostei muito. Leve, divertido, uma boa leitura.
  • O hipnotista - outro que estava na estante há bastante tempo, e que eu não tinha ideia do que tratava! Sabe esses livros que você compra porque tá rolando uma promoção e daí você leva um monte só porque o preço tá bom? Pois é... eu faço isso com uma certa frequência... E não é que o livro é bom?! Suspense e violência no último grau, mas bem construído! Me decepcionou um pouco umas cenas finais - não acho que o autor precisasse apelar tanto - mas eu gostei do livro. É de um autor sueco, na linha do Stieg Larsson (de "Os homens que não amavam as mulheres", sabe?). Já sei que vou comprar mais coisas dele! 
  • Os telhados de Teerã - como eu disse, curto muito escolher os livros por conta de onde eles se passam... pra curtir o lugar também (já que eu sou doida por viagens!). Assim como eu gosto de livros que se passam em lugares que eu já conheço (e curto!), gosto também de escolher livros que se passam em lugares do mundo que eu (ainda) não conheço, justamente para experimentar um pouco dos costumes, da cultura, e tentar imaginar como é a vida, como são as paisagens e as pessoas... Esse foi escolhido por isso (provavelmente em alguma outra promoção... rs). E eu gostei bastante! Conta a história de amigos, adolescentes, que vivem no Irã justamente na época da revolução contra o Xá (pouco antes de 1979). Recomendo.
  • Os príncipes da Irlanda - olha aí os romances históricos de novo! Nossa... foram 03 só nesse semestre! Rs... O primeiro que eu li do autor (Edward Rutherford) foi "Londres" e conta a história da fundação da cidade, até os dias atuais. Esse daqui conta a história da Irlanda (ah vá! sério?!), mas não chega aos dias atuais... tem um segundo volume para terminar de contar... E eu entrei em desespero porque só descobri isso quando já estava quase terminando o livro! E a "necessidade" de comprar o próximo livro para terminar a história?! Enfim... ainda não comprei. Mas, é um livro bacana, como foi "Londres". Para quem curte, é diversão na certa!
  • O mundo pós-aniversário - fiquei um tempão namorando esse livro nas prateleiras das livrarias, e nos sites em que eu compro livros... Curti ele logo de cara, mas estava esperando o preço baixar. Não me decepcionei. Adorei a leitura. Adoro quando o autor inventa um jeito diferente de contar a história. Como quando eu li "O Código Da Vinci" e o autor vai trocando de história de um capítulo para o outro, de modo que você não consegue parar de ler, sabe?! Ou como o Paul Auster faz para contar a história de uma perspectiva que você não imagina... enfim. E esse livro tem isso. Parte de um determinado acontecimento, para ir contando como seria a história se a personagem tivesse feito uma e/ou outra escolha, naquele momento crucial (do tal acontecimento). Eu adorei! Recomendo, mesmo!
Olhando bem, eu li menos livros porque li vários livros "compridos"!! Risos...  Mas acabei de descobrir também que eu li muito livro bom!! Tá muito difícil de escolher o melhor!

Melhores leituras do semestre: Fall of giants, A guardião do farol, O Pacifista, A mão de Fátima, The Easter Parade e O mundo pós-aniversário.

Foi mal... não consegui escolher um só!

E aí? Vai aproveitar a lista para escolher um livro para ler nas férias?!

Beijos,
Tila.

domingo, 16 de junho de 2013

Diário de Viagem - Tarma

Outro dia acordei pensando no Blog... mais especificamente como estou relapsa e atrasadíssimas nos meus posts! Sendo assim, mãos à obra!

Há muito tempo atrás (foi em julho do ano passado... vejam o atraso da pessoa!) fizemos nossa segunda viagem de carro pelo Peru. 

Na primeira nós fomos à Chincha (contei aqui ó!). A viagem para Chincha foi feita pela Panamericana Sur, estrada boa, com 3 pistas em cada sentido e, muito embora o padrão "sem lei" aplicado no trânsito nas cidades se repita nas estradas, o fato de ser uma estrada ampla e sem muito trânsito não nos trouxe maiores perrengues... É verdade que tivemos de nos adaptar ao fato de que todas as ultrapassagens têm se der feitas pela direita, pois o povo aqui simplesmente não conhece o conceito de sair-da-frente-quando-um-veículo-mais-rápido-vem-atrás-de-você... Algo simples como: ceder a passagem. Aqui eles não cedem nunca. Aliás, eles não entendem essa regra de trânsito nem se você der farol, ligar a seta, buzinar... eles simplesmente continuam na velocidade de cruzeiro de 60 Kms por hora, na faixa da esquerda e, se você quiser, que fique à vontade para ultrapassar pela direita. Como sempre, cada um por si no trânsito peruano. Affff...

Bom, depois dessa não tínhamos feito mais nenhuma viagem de carro e haviam alguns lugares relativamente próximos que nós gostaríamos de conhecer e que daria para aproveitar a caranga... Um colega do marido tinha comentado sobre a cidade de Tarma, cuja grande atração era a produção de flores, e o fato de ficar bem no centro do País, relativamente perto de Lima - uns 240 quilômetros. Resolvemos conhecer. Aproveitamos uma quinta-feira, véspera de feriado, e saímos de casa por volta das 16hs, calculando que em cerca de três horas estaríamos na cidadezinha.

Ah... ledo engano. Levamos uma hora e meia para percorrer 70 kms, e conseguirmos sair de Lima!!! Já comentei que o trânsito aqui é um inferno. Pois é... é um inferno mesmo! Basicamente porque ninguém respeita regra alguma, o que acaba complicando "um pouco" o desenrolar do tráfego...

Enfim, uma hora e meia depois de sairmos de casa, chegamos, finalmente, na estrada -  neste ponto  já estávamos convencidos de que havíamos errado... feio... ou seja, não se deve viajar de carro pelo Peru. 

Mas foi só aí que, acredite, começou o perrengue. 

A estrada é de mão dupla, uma pista para ir, outra para voltar... Soma-se a esse probleminha o fato de que de Lima até Tarma a estrada é inteira de subida (Tarma fica a cerca de 4 mil metros de altitude, sendo que primeiro a estrada sobe até os 5 mil, para depois "descer" até Tarma). E, para piorar um pouco, não há, na estrada inteira, uma reta de mais de 400 metros... Sim, a estrada é toda em curvas.

Para piorar um pouco mais (sim, dá para piorar... porque sempre dá para piorar, não é mesmo?) essa é a única estrada que liga a capital ao centro do País, o que significa que o tráfego de caminhões e ônibus é mais do que intenso.

Tenho certeza que já comentei aqui: as pessoas no Peru dirigem sem respeitar nenhuma regra de trânsito... nenhuma. Simples assim. Portanto, você está na sua faixa, subindo, fazendo curvas, com um maldito caminhão na frente (que não passa de 30 kms/h), e no sentido contrário vem um ônibus louco, tangenciando nas curvas, e invadindo sem dó nem piedade, a sua faixa... Ao seu lado um barranco ou um paredão de pedras, dependendo do lugar em que você está, pois, afinal, a estrada é inteira na serra...

Imaginem uma estrada mão dupla, sem acostamento, cheia de ônibus e caminhões, inteira na subida (ou descida, dependendo do sentido), sem nenhuma reta, com penhascos e/ou pedras de cada lado, e com motoristas assassinos por todos os lados. Sussa, hein? 

Eu sei que passei os 150 quilômetros restantes grudada no banco, me segurando com os pés, as mãos e com todos os santos... Havia momentos em que eu tentava olhar a estrada do banco do carona, para ver se era possível ultrapassar a jamanta que estava na nossa frente (sempre a 20, ou 30 kms/h), em segurança... simplesmente porque as curvas eram tantas, e tão fechadas, que nem sempre o motorista tem visibilidade suficiente da estrada...

Resultado: 150 quilômetros rodados em nada mais nada menos do que 5 horas e meia! Isso mesmo: nós levamos 7 horas para percorrer 240 quilômetros (sem contar a tensão sem tamanho do "passeio"). Tá bom pra você?!

Chegamos com tudo escuro, sem poder ver nada, nem as belezas da estrada - que supostamente seriam um dos atrativos da viagem, segundo quem já tinha ido... Só esperávamos que nos dia seguinte o passeio pela cidade compensasse o perrengue (na verdade, acho que nem se eu estivesse em Paris ou em Roma, o perrengue compensaria... mas vá lá... temos de ser otimistas nessa vida, não é?!).

No dia seguinte fomos dar uma volta pela cidade e vimos que estava rolando uma festa. Era o dia da independência peruana então todo mundo estava na rua, desfilando ou assistindo ao desfile de várias escolas, clubes e associações. Cada turma com seu uniforme, desfilando com suas bandas, bandeiras, formações... bem coisa de cidadezinha do interior, sabe? Foi interessante porque já pudemos dar uma olhada geral em como era a cidade, e conhecer um pouco mais dos costumes do lugar. Tudo super simples, mas todo mundo curtindo demais.




À noite, vinho e lareira no hotel (aliás, ficamos nesse aqui) - em Tarma faz frio, por conta da altitude, e nossa ida foi em pleno inverno. No dia seguinte faríamos um passeio guiado pelos lugares mais interessantes das redondezas.

Na manhã seguinte saímos em direção à "campina" (no fim das contas vimos pouquíssimas flores... nenhuma plantação que merecesse destaque...), passando primeiro por um lugar em que encontramos  algumas lhamas (elas, sempre elas). Fazia um super frio, vento forte, mas a gente não resiste às fotinhos com elas, né? ;) 



Depois seguimos para um lugar onde há um poço com água super salgada... Ninguém sabe direito como se dá o mistério - afinal, estamos a 4000 metros de altitude e tem um poço com água salgada... Como tudo que não se compreende direito vira folclore, a história é que quem bebe a água do poço se apaixona. Como não existe algo como amor "demais" a gente tomou um gole da água (bem pequenininho, pois ela é de fato, salgada).







Por ali visitamos um atelier de tecelões, que tingem sua própria lã, com corantes que tiram de diversas plantas cultivadas na região. As cores são lindas, o trabalho é enorme, e o resultado são os artesanatos peruanos que todos conhecemos (agora que o Peru anda super na moda no Brasil acho que todo mundo sabe como as "artesanias" daqui são coloridas!).






Saindo de lá fomos até uma gruta enorme - La Gruta de Huagapo - onde encontraríamos diversas formas, em estalagmites e estalactites. Cada um com sua lanterna, entrando na gruta, para procurar as figuras. Supostamente uma super atração, mas uma hora me peguei pensando: "o que estou fazendo aqui?". O lugar era escorregadio, cheio de subidas e descidas, gente indo e vindo. Do jeito que o povo aqui é desesperado com terremoto fiquei imaginando que se rolasse um tremblorzinho ia todo mundo sair de empurrando em direção à saída, derrubando quem estivesse na frente... ou seja, desnecessário estar ali, pra ver estalagmite (ou tite) com cara de anjo ou cavalo... Voltei. Rs...




No fim do passeio ainda visitamos uma catedral, perto da cidade (e que eu não me recordo o nome...), e paramos para almoçar. O restaurante - assim como todos os outros da região - servia apenas um prato: pachamanca. Este é um prato típico dos Andes. Algo como um cozido, com carnes (pode ser de vaca, de porco, frango ou cuy) e legumes variados (mandioca, batata, favas, milho), feito em uma panela de barro que é enterrada, junto com pedras quentes, para o cozimento. Parece o nosso barreado, sabe?

A comida nessas regiões é bastante simples - até porque as regiões são muito pobres - então a culinária se baseia nestes vegetais, que são fáceis de cultivar e existem em grande variedade por aqui (assim, qualquer um planta em seu próprio quintal para consumo próprio). Uma senhora que estava conosco no passeio ficou felicíssima porque ia comer a tal da pachamanca. Questão de gosto. Eu não curti.  Achei pesado demais.

No dia seguinte voltamos para Lima - pela estrada da morte - e, finalmente, podemos aproveitar um pouco da paisagem (nos momentos em que não estávamos grudados no banco, ou rezando para que os ônibus e caminhões não nos matassem... enfim....).





Em resumo, a cidade não é tudo que esperávamos e, definitivamente, se tivessem me contado de como era a estrada eu jamais teria ido visitar. Portanto, se alguém quiser conhecer, que vá ciente do perrengue. Talvez assim o passeio seja até mais agradável - já sabendo do que se espera. Por outro lado, pra quem curte viajar (como nós), no fim das contas a gente sempre aproveita! ;)

Beijos,
Tila.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Saudade do que ainda não se foi

Já ouviu falar de saudade antecipada?

Pois é... eu sofro desse mal... Tem gente que sofre do mal de sofrer por antecedência. No meu caso não é exatamente um sofrer... é mais uma saudade, mesmo... Sentir falta, ou saber que no futuro, vai sentir falta!

Coisa de maluco, né?

Pois é... hoje eu estou com saudades do sol daqui de Lima. O dia esteve lindo! Sol o tempo todo, um dia muito bonito, embora o vento já esteja mudando, ficando mais friozinho... Passei o dia de moletom...

E agora há pouco eu fiz uma caneca de chá, e fui sentar na varanda para apreciar o sol indo dormir... já chegou a hora em que a gente não sabe se ele vai aparecer no dia seguinte... se está se despedindo para só voltar daqui há uns meses...

Os espetáculos de pôr-do-sol desse ano não foram tão lindos como os do ano passado... Não tivemos céu coloridíssimo com a frequência que rolou no ano passado... Não tivemos as nuvens deslizando pelo céu laranja ou roxo, como tivemos nos outros anos... 

Esse ano sol, mar e nuvens estavam preguiçosos... mas mesmo assim já estou com saudades deles.

Mas mesmo assim, eles farão muita falta daqui a um mês, quando só nos restar a lembrança deles, num emaranhado de nuvens brancas que vêm para nos carregar para o inverno molhado daqui de Lima.

Aproveitei para tirar umas fotinhos do fim da tarde (esqueci de tirar durante o dia!), para deixar registrado. Afinal, a gente nunca sabe qual será a última tarde de pôr-do-sol antes do inverno branco.







Beijos,
Tila.

terça-feira, 5 de março de 2013

Diário de Viagem - Máncora

Uma das coisas interessantes do Peru - que eu simplesmente não sabia antes de vir morar aqui - é que o País tem lugares muito diferentes, uns dos outros, para se conhecer. Quer dizer, aqui tem praia, tem selva, tem montanha com neve, montanha com cidade inca, diversos sítios arqueológicos, reservas naturais, lago, cidades tipicamente espanholas, enfim... viagens para todos os gostos!

Quando nós chegamos fiz mil planos de viagens, mas no fim das contas a gente acabou meio que se acomodando - um pouco de falta de tempo, também! - e acabamos não visitando tantos lugares como gostaríamos.

Em janeiro bateu um certo desespero porque, afinal, só devemos ficar por aqui por mais um ano e ainda tínhamos uma lista enorme de lugares que queríamos conhecer! Além dos lugares no Peru, há os lugares que ficam mais perto daqui do que do Brasil, que também estavam em nossa lista de "TO DO"...

Aproveitamos o verão para irmos para o litoral norte do País, que todos diziam ser lindíssimo! Como eu já tinha ido a Paracas (veja esse post aqui), e tinha me decepcionado um pouquinho com o visual da praia - embora um monte de gente também tivesse me dito que era muito legal! - estava meio cética em relação a beleza das praias peruanas. Mas não dava para deixar de conhecer! Afinal, eu adooooro praia! E pra mim, até praia feia, vale a pena conhecer! Rs...

E lá fomos nós para Máncora!

Máncora fica meio longe de Lima, ou seja, não dá pra ir de carro. Só que lá na cidade não tem aeroporto, o que significa que para chegar você tem de pegar um avião até Piura (mais longe) ou até Tumbes (mais perto). Nós fomos por Tumbes (cerca de 1h30 de viagem). De lá começa a segunda parte da viagem: você tem de ir de carro até Máncora, num percurso que leva mais ou menos duas horas. A nossa pousada arranjou o transfer pra nós, e eu acho que normalmente as pousadas devem resolver esse detalhe para os visitantes. Vale a pena perguntar. Se, por outro lado, a pousada não te ajudar, lá no aeroporto sempre tem uns motoristas oferecendo seus serviços (o único problema é arrumar alguém para confiar sua vida ... afinal, eles dirigem como loucos por aqui! Não que nosso motorista tenha sido muito prudente... mas dá um pouquinho mais de segurança, né?). 

Bom... nossa pousada ficava na Praia  Las Pocitas - a mais próxima da cidade - e se chamava   Puerto Palos. Nós chegamos à noite, não dava para ver o mar, mas logo percebemos que nossa pousada ficava com o pé na areia, mesmo. Pegamos um quarto delicioso, de onde ouvíamos constantemente o barulho das ondas - que eu adoooro! O quarto tinha um deque que dava de frente pra praia... era só sair do deque, descer dois degraus e já estávamos com o pé na areia! Maravilha! Dá uma olhada na vista do nosso deque:





O quarto era bem confortável, surpreendente, até. Com conexão wi-fi (incluída no preço), canais de TV a cabo (Globo, inclusive!), ar condicionado, um banheiro grande e bonito, e uma vista incrível, claro! Mas além da nossa suite (no site da pousada é a Suite I), só mais uma tinha o pé na areia. As demais (quartos standard) ficavam mais afastadas (próximas da recepção, restaurante e piscina), mas todas com vista para o mar. Portanto, se alguém for seguir a dica, peça para ficar na suíte 16 ou, na dúvida, na Suite I do site, que tem saída direto para a praia! ;)

O café da manhã é bem simples, mas é gostoso. Tem suco de frutas natural, pães torradinhos, café, ovos e... é isso. Mas eu achei bem ok. O preço é bem razoável (mais ou menos uns R$ 170,00 a diária), e a pousada foi eleita uma das Traveler's Choice de 2013 no Trip Advisor. 

No dia seguinte pegamos uma prainha deliciosa durante o dia - água bem agradável (não tão fria quanto em Lima), areia fina, um ventinho gostoso (por volta do meio dia fica mais forte e começa a aparecer uma galera fazendo kite surf)... uma delícia! Especialmente para quem tinha passado mais de 08 meses sem ir à praia, como eu! Rs...

No fim da tarde fomos conhecer a cidade. Nosso primeiro passeio de tuc tuc, embora aqui no Peru tem tuc tuc em tudo que é lugar - faltava mesmo era coragem pra testar, especialmente porque o trânsito daqui só tem doido! No entanto, como não tínhamos outra opção (ou melhor, chamar um táxi sairia o triplo do preço!)... fomos de tuc tuc, mesmo!









Na realidade não tinha muito que conhecer... A estrada corta a cidade ao meio, e tem só um centrinho - beeeeem pequenininho pra dar um passeio. Tem a tradicional igrejinha, a tradicional feirinha, um comércio básico (umas duas farmácias, umas vendinhas, caixas eletrônicos) e uns bares e restaurantes, claro.


Nós demos uma olhada na feirinha... no meio da pracinha tinha uma apresentação de palhaços divertindo a garotada, sentamos num café para tomar uma limonada e esperar o restaurante em que iríamos jantar abrir. 




Nós escolhemos o La Sirena D'Juan, que fica quase em frente à feirinha, pois era o mais bem recomendado do Trip Advisor. De fato a comida era muito boa, criativa, com inspiração tailandesa. Além de compartir uma entradinha de frutos do mar variados, comi um Pad Thai (honesto) e o marido comeu um peixe com molho de frutas que também estava bem bom! Vários pratos com atum, a maioria frutos do mar, mesmo... mas havia opções de carnes.

No dia seguinte, ficamos o tempo todo na pousada, primeiro aproveitando o sol até o último minuto! Depois almo-jantamos por ali mesmo, e aí sim eu comi o que eu tava com vontade! Porque o restaurante do dia anterior era meio cheio de criatividade e o que eu queria mesmo era um bom peixe, com um molho gostoso, sabe? Coisa simples? Comi um filet com molho de camarões, dos deuses!!

Depois disso ficamos apreciando um pôr do sol sensacional!






Incrível, não?!

No dia seguinte já tivemos de retornar para casa, mas valeu muito a pena! Nada mal para um fim de semana! Para quem tinha ficado um pouco decepcionada com as praias peruanas, foi recompensador! Embora não tenha curtido as praias para o sul de Lima, Máncora tem, definitivamente, praias lindas! Vale a pena conhecer!

Beijos!
Tila.