quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ho Ho Ho!




Mais um ano acabando! Esse negócio de ter 30 e poucos tá ficando complicado... e meio repetitivo... porque cada dia passa mais rápido! Cada ano que passa voando, e a gente não anota nem a placa! Aí, no fim de cada ano voador o comentário tem sido sempre: nossa, mas já acabou?!

Há um ano eu estava literalmente me preparando para uma grande mudança! Indo morar em outro País - um daqueles, muitos, para o qual eu jamais pensara que me mudaria (embora o globo seja bem grande e existam vários países para os quais eu jamais tenha pensado em ir, quando vira realidade a história é bem outra!). Mega ansiedade, apesar de já ter feito um estágio delicioso em Brasília, mas certa de que a experiência seria ótima! O destino não era o escolhido, e mais uma vez tudo mudava novamente, em direção oposta à tudo aquilo para o quê a gente estava se preparando há algum tempo... Mas, ok! A vida é feita de mudanças, e se é pra mudar tudo, então, façamos as malas e mudemos tudo de uma vez! (até de cabelo curtinho eu fiquei!)

Comecei 2011 acampada em um quarto de hotel, rodeada por pessoas que não falavam minha língua (ok, vá lá... espanhol não é tão difícil, mas não é minha língua! E eu juuuuro que faz diferença...). E além disso ainda tinha de correr atrás de documentos, conta de banco, escolha de operadora de celular, pacotes de internet e TV a cabo... e encontrar um apartamento (ai... o dilema da praia x parque...). Tudo isso enquanto esperava as várias caixas (141 pra ser mais exata), que continham quase minha vida inteirinha, empacotada!

Depois da correria inicial, com a casa (finalmente) montada – até os quadros nós penduramos, em tempo recorde! -, e a vida entrando nos eixos, comecei a compreender melhor o espanhol falado na velocidade da luz (cara, como é difícil!), aprendi a dirigir num trânsito maluco, e tentei achar meu lugar naquele (novo) mundo. Trabalhei, fui fazer um curso de fotografia, comecei meu blog (até que enfim!), descobri as coisas bacanas de morar num lugar diferente, fiz novos amigos, morri de saudade dos velhos, e passei muito tempo na ponte aérea, me equilibrando entre a saudade de tudo que eu deixo no Brasil, e saudade que eu tenho de tudo que eu deixo em casa, quando estou no Brasil.

Passei por novas experiências, novos aprendizados, tantas novidades, muitas coisas boas, outras não tão boas, tantos planos que não estavam nos meus planos...

Mas a verdade é que, embora a gente não consiga compreender o por quê de muitas coisas acontecem, aí elas estão. E se não controlamos o que acontece, podemos escolher como é que vamos encarar cada acontecimento novo na nossa vida. Quer dizer, a gente pode dificultar mais ainda as coisas, se entregar à tristeza pelo que não saiu exatamente como esperávamos... ou transformar aquela pedra que apareceu no nosso caminho em algo que nos dê mais força para seguir em frente e continuar buscando o que nos faz feliz!

Sendo assim, mesmo que no último ano eu não tenha conseguido compreender porque é que um monte de coisas aconteceram, eu acho que também não adianta muito ficar tentando descobrir porque elas acontecem, do jeito que acontecem.

Por isso, a verdadeira resolução de 2011 (só acredito nelas depois que acontecem, porque promessa de ano novo é praticamente piada!), foi a seguinte: vou viver a minha vida da melhor forma que eu puder, aproveitando os desvios no caminho para aprender a ser mais forte, persistente e mais paciente. Quem sabe, um dia, eu encontre as respostas que por vezes me intrigam... No meio tempo, eu quero poder sorrir (não só com o sorriso, mas com o coração também)! Ainda que para isso eu tenha de chorar um pouco, e tenha de me esforçar um tanto para continuar seguindo o caminho que me faz ser, simplesmente, feliz.

Desejo pra todos nós um 2012 com mais serenidade, paciência e força – especialmente quando os desvios no caminho parecerem inevitáveis! Para, assim, sermos cada vez mais felizes!

Um ótimo Natal, com muito amor e cercado de pessoas queridas! E um 2012, no mínimo, incrível!
Beijos!
Tila.

“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão...”
Fernando Pessoa

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Here comes the sun

Depois de passar um tempão reclamando aqui que o céu vivia branco, que não tinha sol, que eu estava entrando em depressão por falta de sol e céu azul, acho que o mínimo que eu deveria fazer era escrever um post para comemorar que o sol está voltando!!

E olha que os Fab Four tinham razão... me sinto "dentro" da música deles!! Cada dia que eu acordo aqui e vejo o sol lá fora me dá uma vontade de sair dançando!!

É incrível como tudo muda! A começar, claro, pelo humor da gente!! Aí nós vamos dando adeus aqueles tempos brancos e sem graça... vamos novamente enxergando cor por todos os lados... comemorando a luz do sol e um céu menos branco e mais azul!!

Há duas semanas eu e marido até arriscamos descer até o parque que tem aqui em frente de casa pra tomarmos um solzinho!! Afinal... quem não tem cão caça com gato... e como a praia aqui é inviável, saquei minhas cangas, pegamos nossos livros, uma sacola térmica com uma cervejinha e um chá gelado, e descemos pra tomar sol no parque! Delícia!! Sábado maravilhoso!!

Além disso as pessoas vão pra rua com mais alegria, os fins de semana ficam agitados... tudo lindo!!

E para comemorar que o sol está voltando a dar o ar da graça, tirei umas fotinhos das nuvens de Lima! As nuvens bonitas! Aquelas que vêm acompanhando o sol!! (não aquelas que só o escondem!! Risos...)







E também umas fotinhos da nossa mini farofa, no parque!





Beijos!!
Tila.

PS: ninguém curtiu o post anterior dos Days of thunder? Achei que ia dar o maior Ibope! Rs...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Days of Thunder

Acho que ainda não comentei isso aqui, mas a senhora que trabalha aqui em casa - minha assistente para assuntos domésticos - adoooora falar. Veja bem, ela gosta mesmo é de falar. Não precisa necessariamente ser uma conversa, um diálogo, ou algo do gênero. A nêga gosta mesmo é de discorrer sobre todo e qualquer assunto. 

Para dar uma ideia melhor do "quadro": quando ela começou a trabalhar aqui - ela e sua impressionante verborragia - eu me sentia meio mal... porque mais da metade das coisas que ela falava, por mais esforço que eu fizesse (e juro que eu fazia!), não conseguia acompanhar!! 

Afinal, eu estudei uns meses de espanhol (alguns anos antes de vir pra cá), conseguia me virar, mas não estava apta a compreender um discurso em velocidade de metralhadora. (Sabe? Aquela pessoa que começa a falar e não para mais... nunca mais! Pois é... ela é assim...) 

E quando eu cheguei aqui eu não tinha ainda o ouvido preparado... não entendia nada quando o povo falava correndo (ainda hoje não entendo 100%... ou eu "capto" o espírito da coisa, ou - se acho que é importante compreender tudo - peço gentilmente para falar mais devagar, pois afinal, aqui eu sou gringa e não entendo! Simples assim.).

Por isso me sentia meio mal porque eu não entendia metade do que ela dizia... E ela chegava falando, falando, falando...  me interrompia umas 48 vezes durante o dia pra perguntar alguma coisa (totalmente desnecessária, cerca de 97% das vezes), ou pra fazer algum comentário sobre qualquer assunto que fosse de interesse (dela)... Acho que ela devia pensar que, já que eu estava em casa, não estava trabalhando... claro! Que home office que nada... conceito meio novo... nem todo mundo entende...

Mas, enfim... depois que dividi toda essa minha angústia com meu irmão ele me deu um sábio conselho: "Aproveita pra treinar seu ouvido com ela, já que cerca de 80% do que ela falar não deve ser realmente relevante para o desenrolar do seu dia... você pode se dar ao luxo de não entender, e continuar "conversando", e treinando seu ouvido...".

Mudou minha vida. Sério. 

Ainda me irrito um pouco, especialmente quando estou concentrada fazendo alguma coisa e ela me interrompe pra perguntar qualquer coisa muito nada a ver... mas já não me desespero quando não entendo...

Bom, aí, na semana passada ela chegou aqui em casa me perguntando: "Sra. Hercília, a Sra. viu o schblébous ontem? Tem disso lá no Brasil??"

E eu: "Vi o quê Ivonne??"

- "O schblébous." (eu continuava sem entender)

- "Ivonne, não sei o que é schblébous..."

-"Aquilo que dá lá no céu, que fica estourando!"

- "Ah.... fogos... sei... tem no Brasil, sim! Mas é mais comum em festas juninas e no Ano Novo..."

-" Não Sra. Hercília, não são fogos, são schblébous!"

- "Ãn... então sei não Ivonne."

Passou. Fiz o almoço, o Fred chegou, nós almoçamos e sentamos no sofá pra ler o jornal. Daí o Fred me vira e manda: "Nossa, você viu o lance do TROVÃO de ontem?"

E eu: "Sério, meu... QUE lance do trovão?"

-" Ontem à tarde caiu um trovão aqui, você não lembra de ter escutado?"

-"Ah sim... ok... verdade, deu um trovão ontem à tarde. Mas e daí?"

- "E daí que o trovão tá em todos os jornais!"

Fato. O Fred traz três jornais pra ler em casa, e todos os três tinham notas (quando não reportagens) sobre o tal do trovão. 

E porque isso? Simplesmente porque o último trovão que rolou aqui em Lima - antes do que rolou semana passada - tinha sido em 1997. Isso: 1997! Há mais de 14 anos!

Moral da história: eu moro numa cidade em que trovão é notícia de jornal (jornais)! E motivo de espanto, e conversa, pra todo mundo!

Ah... e schblébous é trovão, em espanhol!

Beijos,
Tila.