quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Craque em fazer malas

Nem todo mundo sabe, mas eu me preparei durante algum tempo para levar essa vida de expatriada que eu vivo hoje! 

Primeiro eu fiz quase um ano de terapia antes de me casar e mudar pra Brasília - que também foi um ótimo estágio, para nos acostumarmos a morar longe da família, da maioria dos amigos, num lugar diferentes, etc...

Durante todo esse tempo de "preparação" para nossa saída do País, me acostumei com a ideia de ir morar no Congo. Todo mundo abria uns olhos deeeesse tamanho quando eu dizia que ia pra lá! Alguns me perguntavam, com um certo receio (vai que eu começava a me lamuriar, né?!) se eu realmente tava tranquila de ir morar lá... 

Na verdade, eu não tinha a menor ideia se ia mesmo parar no Congo! Tudo isso tinha um propósito terapêutico: se eu consegui me acostumar com a ideia de ir morar no Congo, preparada para abdicar de uma série de coisas em prol da aventura de morar no Congo... ótimo!  Isso significa que eu estaria bem com a ideia de ir para qualquer outro lugar! Afinal, o que poderia ser pior do que ir morar no Congo?? (eu já tinha vetado qualquer lugar com guerra civil, então Iraque e Afeganistão não contam, ok?!)

Não dá pra explicar porque eu tive essa ideia mirabolante, mas o fato é que funcionava... em determinado momento até a Arábia Saudita entrou na roda e eu me peguei, corajosamente, aceitando ir pra lá! Veja bem... na Arábia Saudita mulher não sai de casa desacompanhada de um homem! Mulher tem permissão para dirigir! (nesse caso, nem com homem a tiracolo!) E eu topei ir pra lá... ou seja, a terapia funcionou mesmo!!

No fim das contas tudo deu certo e a gente veio parar aqui em Lima - sem qualquer aviso prévio ou preparação psicológica, que também não foram necessários! E estamos super bem aqui! Até continuar trabalhando, à distância eu consegui!! Ou seja, não dava pra ser mais tranquila a acomodação no novo lar!

E além de tudo isso Lima fica tão pertinho do Brasil!!! Isso faz uma diferença na hora de matar a saudade!! Acho que esse talvez seja o melhor dentre todos os benefícios que esse posto nos trouxe! Cinco horas de avião e a gente tá em São Paulo!

Aproveitando essa facilidade, fiz minhas contas e percebi que nesse ano eu passei mais tempo em São Paulo, do que quando eu morava em Brasília! Naquela época eu ia pra São Paulo uma vez por mês, geralmente, mas ficava uns 4 dias (emendava um fim de semana com 2 ou 3 dias de trabalho no escritório). E aqui, sempre que eu vou é pra ficar no mínimo 10 dias! Ou seja, em 2011 eu já acumulei mais horas/SP por ano, do que nos anos em que morei em Brasília! 

Isso significa também outras coisas: atendo melhor o pessoal do escritório (é só gritar por socorro que eu apareço!), aproveito as coisas que tenho saudades do Brasil (consigo até assistir aos filmes da Mostra de Cinema, que tá rolando justamente nessa semana e na próxima!), e especialmente mato saudade de todo mundo que ficou por lá!

Ah... e é claro que isso também significa que eu fiquei expert em fazer malas! Sim, significa!!!

A propósito, ainda nem comecei a minha! Fui!

Beijos!
Tila.

PS: só para deixar registrado, adoro ir pro Brasil (como todos puderam perceber), mas não tenho como negar que meu coração fica apertadinho de saudade do marido!! Faz uma semana que eu já tô com uma dorzinha no peito de deixar ele aqui... 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Praticamente uma "local"

Não sei quantos já tiveram a oportunidade de morar fora do Brasil, mas eu aprendi que a gente demora um bocado até sentir que está, de fato, morando em outro País!

Primeiro tem o lance de conhecer a cidade em que você está morando. E isso vai muito além de saber andar pela cidade! Tem a ver, especialmente, com as coisas que você vai fazer no seu dia a dia: escolher o supermercado que você vai frequentar (depois de conhecer uma penca deles!), qual a melhor padaria perto da sua casa (quando tem padaria, né? porque tem lugar que não conhece o "conceito", e a gente que foi criado com padaria fica meio desesperado!), quais restaurantes valem a pena pro almoço de domingo, onde você vai se exercitar (se for o caso, né? Pois eu procuro e nunca acho nada que me agrade!! Risos... por que será?!)...

Mas essa "dificuldade" a gente já enfrenta quando muda de cidade e não conhece ninguém (ou quase ninguém) no novo lugar - e foi o que rolou quando nós nos mudamos pra Brasília! Já tinha uma amiga morando lá, mas não dá pra ficar perguntando tudo pra pessoa! E, também, os gostos e escolhas são muito pessoais!

Então, a gente tem de sair explorando, mesmo! Se deparando com várias escolhas erradas, até descobrir aquelas que realmente valem a pena! Enfim... coisa de 6 meses para acostumar com o básico (supermercado, restaurante, cinema...), e talvez o resto da vida pra descobrir o resto (afinal, você só vai descobrir um bom - ou mau! - sapateiro, vidraceiro, encanador, etc... quando precisar de um!).

Mas além dessa fase de se acostumar com o local, quando a gente vai morar em outro País é mais esquisito, ainda! Em primeiro lugar porque, quando você chega,  passa um bom tempo achando que está de férias!

É muito esquisito, mas uma amiga que estava morando nos Estados Unidos já tinha me avisado sobre esse "efeito subconsciente", que te coloca, por um tempo, neste estado de total negação!!! Risos... Eu saí do Brasil com malas pesadas, despedidas longas e chorosas, já morrendo de saudade de tudo e de todos, mas quando cheguei aqui me sentia de férias! Uma simples e corriqueira temporada fora de casa, num País novo, que eu estava conhecendo meio que por acaso...

Várias coisas colaboram para essa sensação, claro! Em primeiro lugar: morar num hotel (que foi o meu caso)... ou, numa casa desconhecida, de alguém que te recebe por um tempo até você arrumar seu canto... ou, no canto que alguém vai dividir com você, mas que também não conhecia direito (o canto, não o alguém, claro!). 

De qualquer modo, você não reconhece o local como sendo a sua casa! Afinal, cadê seus móveis?! Seus livros?! Suas fotografias?! Suas bolsas e seus sapatos?! Lógico que você não está em casa... tá de férias! É tudo tão diferente e limitado!! Rs...

Além disso, no meu caso, quando não estava correndo atrás de apartamento, passava o dia no hotel ou passeando e fazendo reconhecimento da área... ou seja, férias, né?! Tudo que você conhece é novidade! Desde os restaurantes que você vai (e no meu caso, era restaurante todos os dias, pois não dava pra cozinhar no hotel!), todos os lugares mais famosos e/ou turísticos da cidade, as ruas, as lojas, as pessoas e os hábitos diferentes...

E tem o lance da língua. Pra mim, até ali, ter de falar outra língua o tempo todo e com todo mundo significava o quê? Férias! 

Aí, aos poucos, as coisas vão entrando nos eixos e você vai passando por diversas situações que vão deixando claro que você não tá de férias... você tá morando em outro País!

Claro que, em primeiro lugar, tem a questão do tempo. O sonho dourado de todo mundo é passar um tempão de férias! Uns 2 ou 3 meses (mínimo!)... Só que depois que você está há um mês "de férias" (ou em estado de "negação"...), começa a cair a ficha de que as coisas não estão mudando... Ou melhor, estão indo em outra direção: você continua ali naquele ambiente, com aquela língua diferente, se acostumando à tudo aquilo que outro dia era novidade, mas agora nem é mais!

Além disso, você tem de tirar documentos, escolher o apartamento, abrir conta no banco... Para o Fred acho que foi isso - ter uma conta no banco - e o fato de comprarmos um carro, que o fizeram realizar que estávamos mesmo morando fora do Brasil. Afinal, se você tem uma conta no banco e um carro na garagem é porque você tá mesmo morando ali!

Além do banco e do carro, sua mudança (finalmente) chega!! E aí você arruma um apartamento pra chamar de seu, abre um monte de caixas e vai matando saudade das suas coisinhas (inclusive daquelas que você já nem se lembrava mais que tinha! Rs....).... e quando vê sua casa foi parar nesse outro País!

Depois começam a chegar os amigos e parentes para te visitar! E você roda por toda a cidade com eles, mostrando tudo de legal que tem pra ver! Dá várias dicas de passeios, bares e restaurantes pra conhecerem! E fica evidente que você tá super habituada à sua nova vida e ao novo domicílio!

Outro lance que faz cair sua ficha é a primeira "volta" ao Brasil. Quando você passa uns 4 dias falando "gracias" pra todo garçom que te atende... Isso é porque você realmente tá morando fora!

Aí tem um dia em que você começa a achar que tá mesmo virando local!! Quando você tá na rua, caminhando até o supermercado para comprar umas coisinhas que faltaram pro almoço, e alguém (que não é um expatriado como você, mas um "local"), te para pra perguntar se você sabe indicar um tal endereço! E o melhor de tudo: você sabe indicar o endereço!!!

Isso aconteceu comigo hoje! Demorou uns 9 meses... Claro que ainda tenho saudades de muita coisa e de muita gente do Brasil! Inclusive de viver por lá! Mas acho que já posso dizer que me acostumei a morar aqui! Aliás, tô me sentido super "local"!!! Risos... 

Beijos,
Tila.

PS: Esse post é em homenagem a uma amiga minha que nessa semana também entrou pro clube das "brasileiras expatriadas por amor"! ;)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bailinho na Praça Kennedy


Nós descobrimos essa pérola da cultura limenha num sábado, assim que chegamos em Lima, e estávamos passeando pelas redondezas.  E nada melhor do que começar pelo centro de Miraflores, ou seja, a Praça Kennedy.

A Praça Kennedy é uma praça super antiga, onde ficam - além da "prefeitura" de Miraflores, vários restaurantes e cafés das décadas de 30, 40, 50... conservados e sempre cheios de gente (leia-se: não são decadentes!). Dentre eles estão o Cafe Haiti e o restaurante/bar La Tiendecita Blanca (que eu conheci primeiro pelos livros do Vargas Llosa e recomendo não só a comida, como os sorvetes! Aquelas taças clássicas, com sabores diferentes e deliciosos!). Na Praça Kennedy também fica a La Lucha, que é a mais clássica das lanchonetes aqui de Lima (aqui eles chamam de "sangucheria"... vai entender!) - no melhor estilo Cervantes, ou Bar do Estadão, sabe? Sanduíche no pão francês, com pernil assado, ou lombinho, ou filet... hummm... água na boca!!! Sem contar os sucos deliciosos que eles fazem por lá! Recomendo!

Ali os estabelecimentos mais antigos convivem, harmoniosamente, com outros tipos, em especial os "fast food" - antigamente, quando as pessoas não tinham tanta pressa os restaurantes e bares eram mais caprichados, né? Na Praça Kennedy isso fica evidente! Mas ali tem pra tudo quanto é gosto (literalmente)! Desde os clássicos limenhos, até os modernos arcos amarelos (já não tão modernos, assim...rs...), passando por KFC, Pizza Hut, Burguer King e até um Starbucks.

Apesar de todo o "agito gastronômico" a Praça Kennedy parece bastante com uma praça de cidade de interior, toda florida, com um montão de banquinhos, gente sentada batendo papo - ou só de papo pro ar! Tem também a típica feirinha de artesanatos (pequena, mas que tá sempre ali), além de muita criança brincando e correndo pra todo lado, e, nos fins de semana, também tem o  tal do "bailinho".

Quando chegamos na Praça Kennedy pela primeira vez, na nossa "expedição exploratória",  vimos um aglomerado de gente no meio da praça... mas era muita gente! Por curiosidade fomos direto ver do que se tratava... ao nos aproximarmos percebemos que dali do burburinho vinha uma música, daquelas músicas pra dançar, sabe? Algo meio Buena Vista Social Club... (sorry, mas meu conhecimento de música hispânica ainda é muito parco... se o Fred estivesse aqui ele ia me salvar! Rs...) 

E não é que no meio da praça tem algo parecido com uma "arena" (pequena, é claro), em que as pessoas - especialmente a galera de mais, ou da melhor, idade - se encontram para dançar?! Sim, pra dançar! 

Tem um equipamento de som, meio improvisado, em que um "DJ" (o cara mais jovem do pedaço) fica colocando umas músicas antigas, pra galera dançar! Coisa de dança de salão, mesmo! É um bailinho a céu aberto, para senhores e senhoras! Na verdade, qualquer um pode chegar e dançar, embora os jovens não se aventurem, muito...

É muito bacana! Eu acho!! Dava até pra fazer um estudo sociológico! Rs...


Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos... se alguém me contasse que na capital do Peru, uma cidade de mais de 8 milhões de pessoas, rola um bailinho a céu aberto, no centro de Miraflores, onde todos os sábados e domingos os senhores e senhoras das redondezas se encontram pra dançar... acho que eu não acreditaria! 

Mas o fato é que os senhores e senhoras se divertem muito! 


Ah... e é bailinho mesmo, viu? Pois a cada música que termina as senhoras se sentam novamente (na "arquibancada" da tal da arena), esperando que os senhores as tirem para dançar a próxima música! É fantástico!! E eu acho super divertido ficar olhando aquele povo dançando e curtindo muito! 

Imagino que esses tiozinhos e tiazinhas combinem de se encontrar por ali, toda semana... que deve ser um acontecimento pra alguns deles, um compromisso semanal, e um lugar pra encontrar os amigos, a turma do bailinho! Algo desse tipo...

E olha que o pessoal vai pra lá na estica, viu?! Uns tiozinhos colocam até terno, as tiazinhas se enfeitam - fazem cabelo e maquiagem! Dá uma olhada!







No fim de semana em que fui com meus pais e meu irmão, minha mãe intimou meu pai a dançar ( é claro!! E tenho certeza que, se ela morasse aqui, ia querer carregá-lo pra lá todo fim de semana! Rs...). Meu pai é bem "pé de valsa"! Dança de tudo! Ou dançava... porque ultimamente ele tem deixado a valsa de lado e preferido colocar os pés pra cima, melhor ainda se for no sofá lá de casa... rs... 


Mas ele foi e os dois curtiram o bailinho!! Vou colocar umas fotinhos deles pra vocês brincarem de "Onde está Wally"...rs





Ainda vou voltar no bailinho pra fazer umas fotos bacanas das pessoas! E pra curtir tardes tipicamente interioranas, aqui no meio de Miraflores! Tomar um café e curtir uma dancinha!! Risos...

Beijos!
Tila.

sábado, 15 de outubro de 2011

A visita da Família Santos

Fiquei devendo aqui as fotinhos da visita dos meus pais e do meu irmão! Todo mundo da família tava cobrando... na verdade, já faz tanto tempo que eles vieram (pra passar meu aniversário, lembra?!), que o povo já deixou até de cobrar!! Risos...

Mas, como promessa é dívida - e como diria minha mãe: "devo não nego, pago quando puder" - finalmente estou fazendo o post pra contar como foi e colocar umas fotinhos!

A visita foi demais! Meu irmão - tadinho - só pôde ficar por 2 dias, aliás, nem isso porque o avião que nunca atrasa atrasou horrores! Daí ele chegou (muito) mais tarde do que o esperado, e achou melhor adiantar o vôo da volta (e não correr o risco de atrasar na chegada a SP e na reunião importante que não podia atrasar!). Mas, enfim... o que importa é que ele veio!! E que a gente passeou bastante, deu muita risada e matou um pouquinho da saudade!!

E o melhor de tudo é que, agora que ele já conhece o caminho, pode voltar outras vezes!! (se o mercado deixar, se o chefe der férias, enfim... dependendo de todas aquelas variáveis que a gente já conhece... mas pelas quais eu fico aqui torcendo, de dedinhos cruzados!)

Os passeios foram os "clássicos", até porque ele não tinha muito tempo. Fomos ao centro de Lima, à Plaza de Armas e ao Convento de São Francisco - que descobrimos ser um passeio muito bacana, embora dê uma tristeza ver que o lugar tá bem maltratado e a galera tem de lutar para conservar as riquezas que estão ali (a começar por uma biblioteca que existe há séculos, e parece muito aquela do filme "O nome da rosa"!). 

No sábado demos um rolé de carro pra ele conhecer as redondezas, comemos em restaurantes deliciosos (com direito a pisco sour, ceviche e tudo o mais!), e ainda deu tempo de comprar umas lembrancinhas!






 O maravilhoso mundo da gastronomia peruana:
Salchipapas (salchichas + batatas), Churros e Empanadas (a R$ 0,60)


Classic


E no domingo, antes do embarque, fomos também ao famoso bar da Família, e aproveitamos para dar um passeio rapidinho por Barranco.






Ah... no sábado ainda deu pra gente levá-los no "bailinho" da Praça Kennedy! Mas essa é história pro próximo post! (porque essa história merece um post só pra ela! Rs...) Também vou fazer um outro post pra contar sobre nossa ida à Paracas!

Adorei a visita! Sei que eles curtiram também! Minha mãe já conhecia, e já tinha gostado daqui... mas meu pai - que é difícil de convencer a viajar e largar o sofá lá de casa, que ele preza bastante - também adorou! Espero que esta seja a primeira de muitas visitas! Porque é tão bom ter eles aqui em casa!!! Ô saudade!!!!

Beijos!
Tila.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Merecida Homenagem

Eu sei, seu sei... estou devendo um montão de posts... estou atrasadíssima nas atualizações... sumi por um longo e (não tão) tenebroso inverno... mea culpa... minha e só minha!

Prometo que vou atualizar o Blog e trazer um monte de fotinhos, novidades e histórias interessantes... mas hoje eu queria escrever algo para homenagear uma pessoa que é muito, muito especial!

Alguém que desde sempre faz parte da minha vida, pois cuidou de mim quando eu tinha alguns dias de vida (ajudando a mamãe, claro!), cuidou de mim quando minha melissinha apertava meu pé e eu choramingava pedindo colo... quando minha mãe me fazia andar e andar e andar... e ela andando junto! 

Mais tarde começou a cuidar de mim à distância - sempre ela, nos fazendo sentir uma saudade incrível de quem a gente ama!

E cuidava de mim nas férias! Me levava para a praia (eu e a "galera") e ficava sempre de olho no protetor, no chapéu, na barraca - porque ela era a única "branquinha" da família e, portanto, a encarregada de conscientizar todo mundo! 

Me ensinou a prestar atenção na direção, quando passava as férias na minha casa e me levava pra a aula de piano ("Cuidado, a lombada!" / "Onde???" / "Aqui!!!" / Tum!)....

Me levava para dançar, no Fortal, no Pirata, e até num forró no fim do mundo! Que depois virou paraíso do mundo: em Jericoacoara, quando ainda não tinha energia elétrica (lá nos idos de 1994) e o forró era na base do gerador - por isso, só até meia noite - e das fitas cassetes que eram trocadas de 45 em 45 minutos!

Acho que foi com ela que eu aprendi a rir alto! Porque a risada dela é sempre contagiante! E rir alto é muuuuito mais gostoso! 

Apesar de ser tia, ela é também meio-irmã... porque é a filha mais velha da minha mãe... porque é também a filha mais nova da minha avó...

E era ela quem sempre tinha (tem) as palavras mais serenas... no melhor estilo: te entendo, mas me ouve... até hoje. 

E essa pessoa incrível, há alguns anos, precisou enfrentar uma batalha. Uma batalha que assusta meio mundo... Uma batalha em que é preciso lutar com artilharia pesada. Pra começar cirurgia e quimioterapia - e, é claro, todo o pacote que vem junto... E pra isso, um monte de gente se juntou, pra lutar junto... para tentar levar pra ela um pouco de serenidade, tranquilidade, apoio, e tudo o mais que a gente podia carregar, já que não dava pra levar saúde...

E a batalha foi longa... sofrida... cansativa... mas ela lutou bastante - porque, na verdade, ela é uma lutadora! E hoje, finalmente, veio a notícia que há anos todos nós esperávamos: tá tudo bem! Agora, tá tudo ótimo!!

Ufa! Acabou! Agora é comemorar e agradecer pelo renascimento! De uma nova pessoa - porque ninguém passa por isso sem mudar... porque a vida começa a ter outro significado... porque a gente aprende a ver tudo por outra perspectiva... porque as coisas, praticamente todas as coisas, passam a ter outro significado... 

E ela agradeceu a todo mundo que, de um modo ou de outro, estavam ali com ela.. ajudando, batalhando, vencendo!

Nana, Parabéns! Você venceu! E isso significa que todos nós, que te amamos, ganhamos também! Obrigada, à você!  Te amo! :)










Beijos,
Tila.