segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Passeando no Centro Histórico de Lima

Depois de um longo recesso - devido à mudança e a demora na instalação da internet aqui na casota - voltei às minhas postagens! O assunto hoje é o passeio que fizemos ontem no Centro Histórico de Lima! Aproveitamos a visita de amigos queridos à Maison Bauer para conhecermos o centro - era um passeio que queríamos fazer desde que chegamos, mas por um motivo ou outro ainda não havíamos conseguido.

O Centro é a parte da cidade que é chamada pelos "locais" de Lima. Os bairros são como distritos, e são tratados como se não ficassem em Lima... ou seja, quando a galera se refere à Lima, estão se referindo ao centro histórico... Meio estranho, mas é assim mesmo. Percebemos isso no dia que o taxista nos disse que "Lima é muito longe"...

No entanto, longe também é um conceito relativo... longe de paulista não é o longe de carioca, por exemplo... E o "longe" daqui - em relação ao centro - só deve ser longe mesmo durante a semana, quando o trânsito é mais pesado. Como fomos para lá num domingo, em cerca de 15 minutos chegamos. 

Começamos o passeio pela Plaza Mayor, antiga Plaza de Armas. A propósito, toda cidade no Peru tem sua Plaza de Armas. O País não teve um herói nacional que o libertou... ao contrário, foi libertado das mãos dos espanhóis por dois heróis, estrangeiros: Simón Bolivar (Venezuela) e José de San Martín (Argentina) - ambos, na esteira de suas conquistas, se encontraram aqui em terras peruanas, e aproveitaram para libertar o País.

Assim, aqui não tem um herói nacional para ser homenageado nas praças de todas as cidadezinhas e rincóns do País... muito provavelmente é por isso que as Plazas todas são chamadas de "Plaza de Armas"... já que não há um herói nacional salvador da Pátria que pudesse emprestar-lhes o nome...

Na (atual) Plaza Mayor fica não só o Palácio do Governo como também a Prefeitura, a Catedral de Lima e Palacio Arzobispal (Palácio do Arcebispo). Na praça ocorreram vários eventos importantes para a história peruana, dentre elas a declaração de independência do País.

Esse é o Palácio do Governo - a parte da frente, e a parte de trás, que dá de cara com um favelão... ao contrário do Brasil, onde a sede do governo fica no meio do nada, numa Ilha da Fantasia, aqui não dá mesmo pro governo alegar que não vê a pobreza:













E essa é a Prefeitura, no amarelinho típico daqui do Peru, que também fica na Plaza Mayor:



A Catedral, e o Palácio do Arcebispo - que fica ao lado:



Continuando o passeio pelos arredores da Praça descobrimos ruas de pedestres com seus cafés e restaurantes, galerias a céu aberto, exposições - uma que mostrava fotos do carnaval em Lima (sim, ao que parece, se não existe hoje, existiu num passado não tão distante!).
















Ainda na Plaza Mayor o Fred foi abordado por um grupo de estudantes que precisava gravar uma entrevista em inglês. Lá foi ele dar a entrevista... difícil era entender o que o moleques estavam falando... eu tenho quaaaase certeza que não era inglês... rs... mas conseguiram se entender! No final rolou até fotinho!




Curiosidade do Centro de Lima: as placas com o nome das ruas, além de serem de azulejo pintado, como as que vi em Madrid (e que eu acho um charme!), têm uma pequena explicação da razão do nome da rua. Muito bacana!



Na Calle Palácio a explicação é de que o nome é esse porque ela está em frente a um Palácio... muito bom, né?! Rs...  







Aqui, na Calle de La Rifa, a explicação é que antiguamente funcionou nesta calle a rifa ou loteria! Rs...









Continuando o passeio fomos até o Palácio de Torre Tagle - antigo palácio de um nobre, onde funciona o Ministério das Relações Exteriores do Peru. A construção é bastante característica, com os balcões de madeira e portais ornamentados.


Tentamos entrar no complexo de San Francisco - convento, igreja, biblioteca, santuário de Santa Rosa de Lima - mas não conseguimos. Por incrível que pareça, estava fechado! E olha que era domingo! Onde já se viu igreja fechar no domingo?! Mas, enfim... esse é um lugar que a gente deve voltar depois. Achei super bacana a inscrição na porta da biblioteca:



Seguimos então para a Plaza San Martín, para a clássica foto do Fred com a estátua do cavalo (nunca vi gostar tanto de estátua de general com cavalo...):


Uma cena insólita, que só rola em centro da cidade. Uma placa encontrada na entrada de um estacionamento:







Passamos ainda por um prédio lindo, que quando questionamos ao taxista o que seria ele nos olhou com uma cara estranha em mando: "Son casones"... algo tipo, "são casas, mano!"... A gente não se conformou, voltou lá pra ver e eram, realmente, casones.... 







Depois, passamos pelo Museu de Arte Italiano, que tem uma bela construção, com painéis em mosaico que retratam cenas da história italiana:




E terminamos a visita ao centro no Museu de Arte de Lima, e seu Parque de La Exposición (uma área verde enorme, na qual os limenhos aproveitavam o domingo de sol):




Ainda fizemos um tour no museu, que assim como a entrevista do Fred em inglês, foi uma experiência sociológica...

Primeiro o nosso guia deu uma bronca naqueles que não entendem e não gostam de arte moderna... afinal, aquele era um museu cujo tour guiado se limitava à essa área da arte....

Continuando, ele - que se referia aos americanos como os yankees, os gringos - em determinado momento soltou o seguinte comentário: "Não sei o que deu nos yankees para nos devolverem o que haviam roubado de Cuzco". Oi?!

Ainda mandou a pérola de que o que antes de chamava "imperialismo" a mídia trocou de nome, para "globalização", visando a perpetuação da dominação imperial e a manutenção  dos povos dominados pelos EUA na ignorância.  Na sequência perguntou ao Fred de onde éramos, e ao ser informado de que somos brasileiros perguntou se nós compreendíamos o que ele estava falando, ao que o Fred respondeu: "Sim, graças à globalização."

Ainda perguntou para nós, os brasileiros, como fazíamos no trânsito de SP, que era muito caótico... mas ele mesmo concluiu que nós não tínhamos o problema que os limenhos têm com o trânsito, pois no Brasil todo mundo anda de helicóptero, "não é mesmo?"... Ah... essa globalização...

Beijos,
Tila.


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