sexta-feira, 25 de março de 2011

Serviços do Peru - A Saga do Telefone

Cheguei à conclusão de que foi ótimo termos feito um "estágio" em Brasília, antes de seguirmos para o Peru, também do ponto de vista da "prestação de serviços".

Morar em Brasília foi muito legal! Claro que muita gente se surpreende bastante com essa afirmação, mas o fato é que eu gostei muito de morar lá! A cidade é muita mais tranquila do que São Paulo (que eu também adoro, mas sufoca demais o lance do trânsito, da poluição, da correria, do trabalho em excesso, etc...), a gente tinha uma qualidade de vida incrível, eu conseguia ver o céu (o tempo todo!), e tínhamos tempo para fazer as coisas! Tempo pra ir no cinema de última hora, tempo pra sair com os amigos (sem precisar planejar com dias de antecedência), tempo para ler um pouquinho todo dia, enfim... tempo! 

Mas, o "preço" era ter de lidar com prestadores de serviços inacreditavelmente bizarros... 

Dizia sempre que eu sentia muita falta de 3 coisas em SP: minha família, meus amigos e a prestação de serviços. Não só pela oferta - pois em SP você encontra tudo e qualquer coisa que quiser/precisar (curso de bordado indiano para canhotos, restaurantes especializado em comida lituana, loja vendendo hashi personalizado, etc) - mas também porque a qualidade é incomparável (provavelmente, com o resto do Brasil).

Daí, saímos dessa "meca" brasileira dos serviços (com qualidade) e vamos parar em Brasília onde, tirando raríssimas exceções, o serviço é uma porcaria. Restaurantes onde você tinha de pedir praticamente peloamordeDeus para ser atendido, e para conseguir a conta (e para pagá-la)! Meu rádio relógio ficou 3 meses e meio no conserto para voltar (3 vezes) com defeito, até que eu conseguisse formalizar a troca por um aparelho novo (negociada, é claro, com o SAC da empresa, em São Paulo). Meu ferro de passar roupa teve novela parecida, com atendente lamentando muito, mas não "podendo tá tando aceitando mais me atender" porque o prazo da garantia do produto tinha expirado - após o ferro ter ficado 6 semanas no conserto (e não ter sido resolvido o problema). 

Sem contar a (falta) de educação e de iniciativa do pessoal que te atende (só fazem, quando fazem, o estritamente solicitado), e da completa ignorância da frase "o cliente tem sempre razão". Enfim... no geral, um horror!

Descobri, contudo, que esse estágio na filial do inferno da prestação de serviços, me preparou para nossa estadia no Peru.

Primeiro foi o problema com a Telefonica. 

A vendedora que fechou o contrato conosco (o combo TV a cabo + internet + telefone) "esqueceu" de avisar que não bastava termos uma linha de telefone fixo para que fosse possível fazermos, através desta linha, ligações para celulares. É isso mesmo. Aqui no Peru se você tem um telefone fixo e pretende ligar para celulares, tem de avisar ao vendedor, de antemão, para contratar um plano específico para ligações, do telefone fixo, para celulares. Os vendedores dos planos, aparentemente, esquecem de te avisar sobre isso (talvez porque pra eles seja suuuuuper normal...).

Quando pedimos para desbloquearem as ligações para telefones celulares fomos informados que o desbloqueio demoraria 3 meses.

Oi?!?!?

Prontamente fomos informados que, por outro lado, se contratássemos um plano para realização de ligações para celular (com valor fixo mínimo mensal), o serviço seria desbloqueado em 24 hs! Não é incrível esta "eficiência".

Ok... então queremos contratar o plano. Solicitadas as confirmações de dados necessárias - inclusive o número de nosso "Carnê de Estrangeiro" (o equivalente ao "RG" de estrangeiros) - fomos questionados sobre o número do nosso "RG "Peruano. "Não temos, somos estrangeiros, temos portanto o "RG" de Estrangeiros..." 

E a resposta: "Ah... mas para fazermos o plano o Sr. precisa ter um RG Peruano..."

Sério... que parte do "somos estrangeiros, e possuímos apenas o documento oficial de estrangeiros" (que, aliás, já havia sido confirmado, pois consta do nosso cadastro), o cara não entendeu?!

Daí a sugestão: "Sr., não tem outra pessoa na casa que possua um "RG" Peruano?"

Isso mesmo... pode ser utilizado o RG de QUALQUER peruano para liberar a contratação do plano para ligações de telefone fixo para celulares... apesar de não ser aceito nosso próprio "RG" de Estrangeiro, emitido pelo órgão oficial, e de propriedade dos donos da linha telefônica!

I-n-a-c-r-e-d-i-t-á-v-el!

Mais do mesmo: depois do nosso telefone ser instalado e funcionar durante 2 dias, ele ficou mudo. Tentamos entrar em contato com a Telefonica, ligando do celular que nos restava (já que o fixo tinha perecido). 

Nada. 

O número da Telefonica só pode ser chamado a partir de um telefone fixo. Não é genial? No Peru, se a sua linha, fixa, da Telefonica, tem algum problema, a menos que você tenha uma segunda linha, fixa, na sua residência, não consegue entrar em contato com os caras!

Ou seja, só no dia seguinte, quando o marido chegou ao trabalho, conseguiu entrar em contato com os caras... informou sobre o problema e qual não foi a surpresa quando recebeu a seguinte notícia: "Sr. seu cadastro não consta no nosso sistema."

"Como não? Eu tenho uma linha instalada na minha casa!"... e a resposta: "Não, esse número fixo que o Sr. nos informa, não existe."

"Como não?!? É o número que vocês me disseram que era o do meu telefone fixo! E ele funcionava até ontem! Eu fiz e recebi chamadas nesse número!"

E do outro lado: "Sinto muito senhor, mas não o identificamos."

Diz aí se não é surreal?! 

Passados 2 dias o telefone toca... somos informados de que houve um problema nos cadastros da Telefonica e eles, finalmente, conseguiram encontrar nossa linha, nosso cadastro, e religar tuuuudo! Santa eficiência, Batman!!

E eu que nunca achei que fosse sentir falta dos prestadores de serviço de Brasília... nem que teria "saudades"  da Net... aaafffffe!!!

Beijos!
Tila.

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